A GMV põe a sua tecnologia na plataforma de dados biomédicos da eTRANSAFE

A multinacional tecnológica GMV criou a plataforma tecnológica de dados biomédicos no âmbito do eTRANSAFE, que tornará possível melhorar o desenvolvimento de novos medicamentos, conseguindo o objetivo de que sejam mais seguros para os pacientes. O projeto, iniciado em setembro de 2017 e com duração até agosto de 2022, está a ser financiado com fundos europeus (20 milhões de euros) e pela Federação Europeia de Empresas e Associações Farmacêuticas, até atingir um orçamento total de quase 40 milhões de euros.

A avaliação da segurança dos medicamentos é um processo intensivo em conhecimento, que exige avanços nos métodos e ferramentas para manejar dados e facilitar o intercâmbio dos mesmos, assim como na sua extração, análise e modelagem preditiva. Esta necessidade requer a integração de informação de diferentes fontes (tanto públicas como proprietárias) que contenham conhecimento biomédico sobre dados (clínicos ou pré-clínicos, evidência de estudos, etc.).

Até agora, as companhias farmacêuticas não partilhavam a informação relevante de que dispunham sobre a toxicidade de milhares de compostos extraída de ensaios com animais. A maior parte destes dados permanecia em silos privados sem possibilidade de tornar comuns. Como explicam os líderes do projeto, «um dos objetivos do eTRANSAFE é realizar ensaios mais eficazes para a avaliação da segurança dos fármacos, substituindo parte dos estudos com animais por tecnologia de análise retrospetiva a partir da evidência acumulada pela indústria farmacêutica.»

Adrián Rodrigo, Business Solutions for Smart Health da GMV, indica que «no projeto estamos a trabalhar para organizar e partilhar, aplicando técnicas de governança de dados, toda a informação disponível das empresas farmacêuticas para gerar um volume suficiente de dados biomédicos que possa beneficiar da tecnologia big data e de métodos computacionais capazes de extrair conclusões a partir de toda a informação que, de outra forma, não se poderia processar». Neste sentido, «trata-se de possibilitar a combinação de dados para a sua análise conjunta, aplicando todas as medidas para preservar a confidencialidade dos mesmos no âmbito de uma plataforma segura».

O projeto irá desenvolver ferramentas in silico para a extração de dados, a visualização e a predição da toxicidade potencial, com especial atenção à avaliação da preditividade pré-clínica à clínica e à descoberta de biomarcadores de segurança.

No âmbito do projeto, desenvolveu-se uma estratégia e arquitetura tecnológica de vanguarda para o intercâmbio de dados pré-clínicos e clínicos das diversas fontes, assim como para a integração e exploração dos mesmos. A estrutura será gerida por um «Knowledge Hub» (eTRANSAFE-Hub), plataforma de informação online que irá centralizar o acesso a todas estas fontes e bases de dados toxicológicos e ecotoxicológicos. A GMV irá contribuir para o desenvolvimento desta plataforma e irá atuar como responsável técnica do sistema, sendo a encarregada de definir e coordenar como se irá ver o produto final, que características estarão em cada versão, assim como de documentar e entregar as características priorizadas aos utilizadores finais.

Benefícios na investigação farmacêutica

O eTRANSAFE desenvolve uma infraestrutura de dados integradora e métodos e ferramentas informáticos inovadores que têm como objetivo melhorar drasticamente a viabilidade e fiabilidade da avaliação da segurança translacional durante o processo de desenvolvimento de medicamentos. Esta infraestrutura estará apoiada pelo desenvolvimento de standards abertos e políticas sólidas amplamente aceites pelas partes interessadas, incluindo as agências reguladoras e as organizações internacionais.

O benefício direto do projeto é realizar ensaios mais eficazes, reduzir os tempos das investigações e conseguir melhores resultados em toxicidade. Parte do projeto compara os estudos pré-clínicos com os clínicos, com o objetivo de analisar até que ponto os primeiros são bons para predizer o que acontece em humanos. Tudo isso para prognosticar que usar células ou modelos computacionais pode predizer melhor o que vai ocorrer no corpo humano. O projeto irá gerar, portanto, um impacto significativo em como se realizam os estudos pré-clínicos e como a indústria os concebe.

O projeto conta com uma participação público-privada que inclui 8 instituições académicas, 6 PME e 12 empresas farmacêuticas. Os sócios espanhóis do projeto são o Institut Hospital del Mar d'Investigacions Mèdiques (coordenador), a Universidade Pompeu Fabra e o Synapse Research Management Partners SL, que participam liderando 4 dos 10 pacotes de trabalho do projeto. Os coordenadores industriais são as farmacêuticas Novartis e Bayer AG. Por seu lado, a GMV será a encarregada de desenvolver uma avançada infraestrutura de integração de dados, aplicando standards abertos e políticas amplamente aceites pelas partes, incluindo as agências reguladoras e as organizações internacionais.

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