A GMV apresenta os resultados do projecto FIRESMART para a prevenção de incêndios

A GMV,  lidera um consórcio europeu responsável por prevenir os incêndios florestais através da análise de teorias e práticas de prevenção de incêndios mais relevantes na Europa, identificando os obstáculos que podem reduzir a eficácia dessas medidas preventivas. Este projecto, FIRESMART (Forest and Land Management Options to prevent unwanted forest fires), está inserido no VII Programa-Quadro da Comissão Europeia.

O projecto FIRESMART, orçamentado em cerca de 1 milhão de euros, foi aprovado durante o 28º encontro do Grupo de Peritos em Incêndios Florestais da Comissão Europeia, que se desenvolveu em Antália, Turquia, de 24 a 27 de Abril.

O consórcio FIRESMART liderado pela GMV é composto por empresas tecnológicas (GMV) e de serviços ambientais (EIMFOR de Espanha, AMBIENTE ITALIA), centros de investigação (JRC da Comissão Europeia, INIA de Espanha, ISRTEA de França) e federações de proprietários florestais (FORESTIS de Portugal e CEPF, Comunitário).

As conclusões mais relevantes que emergiram após estes 27 meses de trabalho revelam os pontos fortes e pontos fracos da actual prevenção em diversos países europeus e confirmam por um lado, a necessidade de uma estratégia de prevenção a longo prazo e por outro, a importância de uma gestão florestal que contemple a prevenção de incêndios como parte intrínseca e como o único modo de assegurar a sustentabilidade dos ecossistemas florestais e, em particular os do Mediterrâneo.

As conclusões do projecto foram formuladas em termos práticos e eficientes, em forma de recomendações que serão entregues à Comissão Europeia através do grupo de peritos. Algumas são de carácter geral, com base em análises paneuropeias, enquanto outras se ajustam a necessidades locais e se difundiram ao longo do projecto entre gestores, investigadores e diversos agentes locais da prevenção, fundamentalmente das quatro áreas do projecto-piloto: Valência em Espanha, Cagliari em Itália, Pinhal Interior em Portugal e Les Bouches do Ródano em França, todas elas muito afectadas pelos incêndios e com políticas de prevenção em curso.

Entre as recomendações gerais para a prevenção de incêndios podemos destacar:

  • Gestão – A incorporação da prevenção no planeamento florestal e a gestão florestal sustentável são fundamentais para combater os fogos.
  • Economia – A obtenção de energia renovável a partir da biomassa florestal pode criar, como está indicado em diversos fóruns, uma oportunidade para financiar a prevenção dos incêndios.
  • Políticas – A prevenção requer esforços conjuntos de políticas territoriais, económicas, sociais e ambientais. A política florestal deve estar interligada com a política energética e com a política de desenvolvimento rural, com a criação de linhas e programas sinérgicos.
  • Investigação – A comunicação entre os centros de investigação e os gestores florestais deve mostrar a aplicação e eficiência de novos sucessos na prevenção através de casos-piloto bem sucedidos.
  • Parceiros Sociais e de Comunicação – A variedade de agentes envolvidos na gestão florestal sustentável requer uma comunicação mais eficaz dos interesses mútuos.

O projecto também permitiu trabalhar numa série de recomendações específicas pelas áreas analisadas, entre as quais se encontram: Gestão agro-florestal, consciência social, formação em prevenção, informação à imprensa, homologação de programas de prevenção, prevenção perante causas e riscos específicos, silvicultura preventiva, gestão preventiva na interface urbano-florestal, orçamentos e financiamento da prevenção, medidas punitivas para a prevenção, etc.

O “Grupo de Peritos em Incêndios Florestais” da Comissão Europeia foi criado em 1998 pela DG Meio Ambiente. O Grupo reúne-se duas vezes por ano e é composto por 27 membros representantes de cada Estado da União, e de 7 observadores não Europeus. A importância deste Grupo de Peritos é notável dado que a UE não detém uma política florestal comum, o que leva a que existam grandes diferenças na gestão florestal ou no modo de resolver problemas como os incêndios florestais. A EGFF examina detalhadamente os problemas do sector florestal e altera as propostas de gestão sustentável do sector à Comissão para recomendar linhas de actuação comum.

Segundo Ana Sebastián, Engenheira Florestal e Chefe do Projecto “o FIRESMART representa um passo importante na reunificação e análise do conhecimento actual sobre a prevenção existente na Europa, até agora muito fragmentada. Entendemos que além de todo o trabalho de networking que se realizou no projecto entre os diversos agentes europeus relacionados com a prevenção de incêndios, os resultados do FIRESMART são um contributo interessante para a construção de políticas de prevenção e em particular no desenvolvimento da política europeia florestal."

Mais informações sobre o FIRESMART
Vídeo FIRESMART


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