Sistema de aviónica da GMV recebe luz verde para integração num foguetão espacial

 

Após uma extensa campanha de testes, o sistema de aviónica desenvolvido pela GMV para o veículo de lançamento MIURA 1, da PLD Space, superou a fase de qualificação do sistema, o que o capacita para integração neste veículo de lançamento suborbital.

Desde 2017 que a GMV trabalha na conceção, desenvolvimento e qualificação de um sistema completo de aviónica para o foguetão suborbital MIURA 1. Este sistema engloba os subsistemas de gestão de potência, dados, determinação de controlo de trajetória (GNC na sigla inglesa), o software embarcado, a gestão de carga útil e a telemetria, bem como as tecnologias para localização autónoma e sistema de terminação de voo.

A modularidade e o potencial de redimensionamento, que permitem uma adaptação a outros veículos, são características notáveis da aviónica concebida pela GMV. Outro aspeto fundamental é a combinação de tecnologia avançada com componentes comerciais prontos-a-usar (COTS na sigla inglesa) que permite cumprir os requisitos de desempenho a custos acessíveis.

Este importante passo foi alcançado através de uma intensa campanha de testes a que o sistema foi submetido. Em Outubro e depois de superar com êxito a revisão crítica do projeto de engenharia, começou a verificação funcional e um extenso processo de validação no Banco de Testes de Aviónica da GMV. Após esta validação, o sistema foi posteriormente submetido com êxito aos testes de qualificação ambiental (testes de vibração e térmicos) que se realizaram nas instalações da ALTER Technologies em Madrid. Em meados de Dezembro e uma vez analisados em profundidade todos os dados registados, confirmou-se a plena funcionalidade do sistema.

O sistema de aviónica é uma das partes mais críticas de um veículo de lançamento pois recolhe os dados dos sensores e processa-os para o manobrar autonomamente. A conceção e desenvolvimento destes sistemas de aviónica são etapas especialmente complexas num mercado tão competitivo em que participam organizações de índole muito diversa, desde os já conhecidos fornecedores de serviços de lançamento aos recém-chegados ao mundo dos foguetões espaciais.

A GMV conseguiu manter as mesmas funcionalidades de um sistema lançador clássico (Ariane, Vega, etc.), embora adaptadas a um veículo mais pequeno e com diferentes desempenhos. A GMV enfrentou este desafio aplicando novas tecnologias e processos de conceção que permitiram não apenas reduzir os custos mas também a duração do tempo de desenvolvimento. Em menos de três anos passou-se da definição dos requisitos à qualificação e aceitação do sistema completo por parte da Agência Espacial Europeia (ESA).

Este desenvolvimento representa para a GMV um passo em frente na área dos sistemas de aviónica, uma vez que elaborou, integrou e qualificou um sistema completo. Desde 2009 que a GMV tem participado na integração de sistemas de aviónica de veículos da Agência Espacial Europeia (ESA), tais como o lançador europeu de geração avançada (VEGA) e o veículo de reentrada IXV. Além disso, a GMV participou em projetos de investigação de tecnologia aplicada à aviónica para lançadores, como foi o caso do demonstrador tecnológico SPARTAN (Space Exploration Research for Throttleable Advanced Engine) ou o banco de testes de aviónica para a nova geração de veículos de transporte NGT-ATB (New Generation Launcher and Space Transportantion Advanced Avionics Testbed) para a Comissão Europeia e Agência Espacial Europeia, respetivamente.

MIURA 1 é um veículo de lançamento desenvolvido pela PLD Space. A nível comercial, este foguetão servirá como veículo de acesso frequente e económico ao espaço, para desenvolvimento tecnológico e experimentação científica em condições espaciais. A nível tecnológico, o MIURA 1 é o percursor e o demonstrador tecnológico de um veículo muito maior e mais ambicioso -- o MIURA 5 -- cuja missão consistirá em colocar pequenos satélites (até 300 Kg) em órbita terrestre.

O desenvolvimento da aviónica para o MIURA 1 e MIURA 5, a cargo da PLD e da GMV, foi colocado em marcha em Janeiro de 2017. Desde então, as duas empresas trabalham no âmbito de uma aliança tecnológica, coordenando os seus investimentos industriais.

Em 2018, o Programa Preparatório de Lançadores Futuros da ESA pôs em marcha um contrato para co-financiar com o sector privado o desenvolvimento e a qualificação do sistema de aviónica do MIURA 1, o qual pode ser facilmente escalável e reutilizado para outros lançadores, incluindo os pequenos e os foguetões espaciais.


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