A tecnologia da GMV permite partilhar conhecimento em investigações oncológicas e em predições de tumores de forma segura

Perante o Dia mundial contra o cancro, a multinacional tecnológica GMV deu a conhecer que na investigação de novos fármacos e terapias, a possibilidade de partilhar dados de pacientes com cancro sem comprometer a sua privacidade é já uma realidade graças ao uTile. Esta tecnologia criptográfica desenvolvida pela GMV melhora a precisão das técnicas de Inteligência Artificial que predizem a presença de tumores, reduzindo a necessidade de realizar biópsias. Os hospitais, centros de investigação e indústria farmacêutica podem assim conseguir o equilíbrio entre a compartimentação de dados e a privacidade dos pacientes sem necessidade de os expor ou os mover dos centros assistenciais.

A inteligência artificial (IA) tem a capacidade de melhorar a investigação clínica e sanitária, revertendo diretamente para o bem-estar dos pacientes. Os algoritmos de análise avançada que se manejam para extrair evidência do grande universo de dados que os hospitais e ensaios clínicos geram, permitem oferecer conclusões capazes de incrementar a precisão dos diagnósticos e o prognóstico das doenças. Por sua vez, tudo isso reverte num incremento de eficiência e eficácia no trabalho dos profissionais da saúde, que podem ver avalizados ou «ajustados» os seus diagnósticos com os dados proporcionados por esta tecnologia de alto impacto.

É difícil para as organizações de saúde dispor de ferramentas que garantam a 100 % a anonimização dos dados com fins de investigação em colaboração com outras entidades. Como resultado, os dados clínicos de cada episódio de saúde residem nos chamados silos de dados. Até mesmo a realização de investigações a nível internacional pode ser complexa porque as leis nacionais impedem partilhar dados ou trasladá-los para fora dos países. Por esse motivo, a agregação de todos estes dados hoje em dia é quase inexistente, o que tem um impacto inquestionável na tão necessária interoperabilidade.

uTile: criptografia para tratar dados de saúde

No âmbito do programa do Ministério de Economia e Empresa de Tecnologias Habilitadoras Digitais de Espanha, a GMV desenvolveu uTile PET (Privacy-Enhancing Technologies), uma solução tecnológica que realiza cálculos de forma segura e privada sobre dados distribuídos dos pacientes, sem os expor nem os mover dos hospitais ou centros assistenciais, permitindo aos centros de investigação e à indústria farmacêutica obter informação tão crucial como seja a própria sobrevivência: valor dos biomarcadores, prognósticos, idade média dos pacientes, etc., dos tratamentos clínicos sem comprometer a privacidade dos dados dos pacientes.

O uTile permite aproveitar os dados confidenciais para melhorar os algoritmos de aprendizagem automática e modelos analíticos, cumprindo em todo o momento os requisitos organizativos, garantindo a privacidade dos dados, assim como dos regulamentos vigentes. A proteção de Dados pessoais é um direito fundamental recolhido no artigo 18.4 da Constituição Espanhola e regulado pelo Regulamento Europeu de Proteção de Dados (RGPD) e a LOPDGDD, e complementado pela Lei de Autonomia do Paciente. Este regulamento afeta os profissionais que operam no setor sanitário, as clínicas, os hospitais, os centros médicos e as instituições sanitárias.

Com o uTile não precisamos de escolher entre privacidade dos dados e a possibilidade de os utilizar, uma vez que aproveita métodos criptográficos avançados que mantêm os dados cifrados enquanto se realizam todos os cômputos necessários. Desta forma, o uTile possibilita que os dados sensíveis das organizações nunca sejam expostos ou transferidos através de departamentos, organizações ou diferentes países. Mais ainda, nem sequer os proprietários dos dados têm de confiar os seus dados a terceiros. Estes permanecem protegidos por trás dos controlos internos das organizações, seja on-premise ou cloud, e garante-se a informação sensível em qualquer processo de cômputo.

O uTile amplia o alcance das técnicas atuais de IA, permitindo que se apliquem a fontes de dados separadas. Então, qualquer investigação clínica de IA que utilize o uTile desfruta de uma vantagem determinante: trabalhar com um maior conjunto de dados que ofereçam amostras significativas.

Aplicações clínicas do uTile.

Algumas delas são as seguintes:

  • Melhorar a precisão das técnicas de IA dos modelos atuais que predizem a presença de diferentes tumores (cancro de próstata, de mama, etc.) mediante o uso de ressonâncias magnéticas e outras modalidades de imagem, reduzindo assim a necessidade de realizar biópsias. o uTile torna acessíveis as imagens e os dados associados ao machine learning sem necessidade de os partilhar ou mover.
  • Investigação em doenças raras. Os dados clínicos das pessoas que sofrem doenças raras (ER) são escassos e estão dispersos nos hospitais. Mesmo com os Registos Nacionais de Doenças Raras, a quantidade de dados continua a ser limitada. O uTile permite usar toda a informação disponível nos diferentes registos locais e nacionais e também as Redes de Referência Europeias para descobrir relações ocultas nos dados e responder às perguntas da investigação.
  • Resultados informados pelo paciente. Em alguns casos, sintomas associados a resultados adversos de tratamentos médicos não são registados nos historiais clínicos dos pacientes e, portanto, este conhecimento perde-se. O uTile representa uma oportunidade para recolher informação diária dos pacientes utilizando um telefone inteligente e, sem partilhar estes dados fora do âmbito do paciente/sanitário, utilizar técnicas de IA para melhorar e aumentar o conjunto de conhecimentos sobre uma doença.

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