Prevenção – peça-chave nos incêndios florestais

A GMV, multinacional tecnológica espanhola, lidera um consórcio europeu encarregado de contribuir para a prevenção de incêndios florestais por meio da análise das mais relevantes teorias e práticas que permitirão identificar os factores e obstáculos que podem reduzir a eficácia das medidas preventivas que estão actualmente em vigor. Este projecto – FIRESMART (Forest and Land Management Options to prevent unwanted forest fires) – está incluído no VII Programa Contextual da Comissão Europeia.

A GMV organizou a jornada técnica “Prevenção inteligente de incêndios florestais na Europa”, com a ajuda da EIMFOR e da INIA, desenvolvida na ETSI Montes da Universidade Politécnica de Madrid. A jornada desdobrou-se em três mesas redondas, cada uma delas com um tema-chave a debater entre os melhores especialistas do sector.

A primeira sessão tratou das práticas de prevenção por meio da gestão de combustíveis florestais e foi moderada por José António Vega, do Centro de Investigação Florestal Lourizán, da Assembleia da Galiza, que analisou os métodos de manuseio dos combustíveis com fins preventivos, a necessidade de experiências científicas contrastadas, assim como os custos e benefícios dos tratamentos. Uma das conclusões destacadas durante este debate e onde houve mais unanimidade, foi a que resultou da argumentação exposta por Pablo Almarcha, representante da COSE (Confederação de Silvicultores da Espanha) e que se refere à necessidade de entender de uma forma global a gestão de combustíveis florestais para a prevenção de incêndios, no âmbito das políticas agrícolas e de ordenação do território rural.

A segunda mesa redonda examinou aspectos socioeconómicos, legislativos e administrativos da prevenção. A partir do enquadramento das necessidades territoriais apresentado por Álvaro Picardo, assessor da Direcção Geral do Meio Natural da Assembleia de Castela e Leão, ficou claro que as melhores medidas de prevenção contra incêndios são as que contribuem para a gestão florestal sustentável, integrando os produtos silvícolas nos mercados, promovendo o emprego florestal e as medidas de acção social nos meios rurais.

José Ramón Ganzález Pan, responsável pelo programa de prevenção de incêndios florestais do Ministério do Ambiente, Meio Rural e Marinho, foi o moderador da terceira sessão, dedicada à comunicação para a prevenção e da qual se tirou como principal conclusão a necessidade de planear antecipadamente campanhas específicas, dirigidas aos sectores interessados em cada temática, assim como a necessidade de liderar cada processo de informação para evitar incêndios, a partir da origem dos planos de gestão florestal.

As intervenções geraram debates muito enriquecedores, devendo publicar-se nas próximas semanas todas as conclusões a que se chegou ao longo desta jornada de trabalho.

Entre os mais de 100 assistentes cumpre destacar a presença internacional da Confederação Europeia de Proprietários Florestais (CEPF) e da União de Silvicultores do Sul da Europa (USSE); a focalização na área Mediterrânica também atraiu assistentes da Grécia, da Croácia, da Itália, de França, de Portugal e de Tunes. Estiveram presentes todos os níveis da administração pública espanhola com responsabilidades em gestão florestal: Ministério do Meio Ambiente, Meio Rural e Marinho, agentes com competências em prevenção das CCAA de Castela e Leão, Castela La Mancha, Madrid, Andaluzia, Valência, Catalunha e Extremadura, delegações das províncias e das câmaras municipais, centros de investigação como o CSIC e o CEAM, universidades, empresas, ONGs ambientalistas, serviços de protecção civil e emergências, elementos da comunicação social e jornalistas. Os silvicultores espanhóis fizeram representar-se pela COSE.

O objectivo do FIRESMART, com um orçamento próximo de 1M €, consiste em contribuir para a prevenção de incêndios florestais por meio da identificação de obstáculos que reduzam a efectividade e a eficácia das medidas de prevenção existentes. O projecto espera dar recomendações fundamentais para a integração sistemática de práticas de prevenção nos planos de gestão florestal, disponibilizando uma ferramenta interactiva que permita o intercâmbio de informações entre diversas organizações.

O Consórcio FIRESMART é constituído por 8 membros que representam vários países da Europa mediterrânica, alguns deles representados directamente (Portugal, Espanha, França e Itália) e outros representados indirectamente através de organizações internacionais que participam no Consórcio, tais como a JRC (Joint Research Centre of the European Commission) e CEPF (Conféderation Européenne des Proprietaires Forestiers).

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