O transporte é responsável por 25% das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, na UE o transporte ferroviário é responsável por apenas 0,4% destas emissões. Em grande parte eletrificado, é o único meio de transporte que reduziu as suas emissões desde 1990, o que o torna numa das pontas de lança do turismo sustentável. A taxa de acidentes é também muito baixa. É, na realidade, a forma de transporte terrestre mais segura.

Adina Vălean, Comissária Europeia dos Transportes, declarou: “A nossa mobilidade futura tem de ser sustentável, segura, confortável e económica. O comboio proporciona tudo isso e muito mais! O Ano Europeu do Transporte Ferroviário dá-nos a possibilidade de redescobrir este meio de transporte. Mediante uma série de ações, iremos usar esta ocasião para ajudar o caminho-de-ferro a atingir todo o seu potencial. Convido-vos a participar no Ano Europeu do Transporte Ferroviário.”

O Mecanismo de Recuperação e Resiliência é um fundo preparado pela União Europeia para apoiar os estados-membros durante a crise provocada pelo COVID-19. Representa, portanto, uma grande oportunidade para que os estados-membros e as empresas contribuam no sentido do crescimento e da melhoria em diversos setores, incluindo a mobilidade sustentável, na qual o caminho-de-ferro, tal como já destacámos, desempenha um papel muito particular.

O Secretário-geral das Infraestruturas, Sergio Vázquez Torrón, sublinhou que este é o momento de organizar uma segunda modernização que impulsione a diminuição da emissão de CO, baseada num modelo de transporte modal ferroviário e numa transformação do sistema de transportes de Espanha.

Entidades como a Administração de Infraestruturas Ferroviárias: ADIF, afirmam ter projetos em curso por um valor total de 14 mil milhões de euros e encontram-se otimistas relativamente à possibilidade de acesso destes desenvolvimentos a parte do Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência.

Associações como a MAFEX, a Associação Espanhola de Caminhos-de-Ferro, da qual a GMV é membro, definiram o seu próprio objetivo de tornar o transporte ferroviário de passageiros e cargas num dos principais impulsionadores das políticas de transporte de Espanha promovendo, ao mesmo tempo, o seu desenvolvimento internacional.

Com esse fim, a MAFEX identificou diversos projetos e linhas de ação para os quais podem contribuir os seus próprios parceiros, e que também representam uma oportunidade para o desenvolvimento de ITS e para a participação da GMV.

Projetos no âmbito da conectividade, sistemas de comunicações, meios de pagamento, abastecimento de energia sustentável e competitiva, plataformas integradas que ajudam a tomar decisões planificadas (manutenção preventiva e preditiva), gestão de operações e fornecimento de serviços inovadores, entre outros.

De acordo com o IP&T Center, é muito provável que o futuro desenvolvimento da indústria ferroviária e a gestão do tráfego ferroviário evoluam no sentido da automatização e de sistemas de transporte conectado inteligente baseados, por seu lado, numa grande infraestrutura ferroviária em rede, aproveitando as oportunidades proporcionadas pelas novas tecnologias e diminuindo o custo do ciclo de vida.

Isto irá implicar uma “transformação digital” na indústria ferroviária. Em resumo, a futura estratégia ferroviária será orientada pelo que acabou por ficar conhecido como “comboio conectado”.

Isto irá permitir que as inovações digitais no campo das redes de comunicações e ICT, em particular, solucionem problemas de segurança operacional ferroviária, satisfaçam as necessidades de conectividade dos passageiros e ganhem um controlo mais firme sobre os parâmetros e a monitorização operacional.

Autor: Isidro Prieto.