A GMV PARTICIPA NA BUSCA DE EXOTERRAS
Já se sabe que há uma imensa variedade de planetas em inúmeras órbitas à volta de uma infinidade de estrelas. No entanto, encontrar uma Terra gémea, isto é, um planeta de massa e dimensões semelhantes ao nosso, em zona habitável de uma estrela semelhante ao Sol, constitui um dos maiores desafios deste século.
A GMV, que faz parte da equipa industrial sob a responsabilidade da OHB, está a cargo da análise de requisitos, da revisão da análise da missão, da caracterização das câmaras rápidas e do suporte a operações da missão PLATO (PLAnetary Transits and Oscillations of Stars) da Agência Espacial Europeia.
PLATO, que é uma missão de tamanho médio do Programa Visão Cósmica 2015-25 da Agência, cobre dois dos temas-chave neste programa: As condições que devem verificar-se para que se formem planetas, para que apareça vida e como funciona o Sistema Solar.
PLATO partirá num foguete Soyuz a partir do Porto Espacial Europeu em Kourou (Guiana Francesa), ficando durante seis anos a orbitar à volta do ponto de Lagrange L2 do sistema Sol-Terra, um ponto virtual no espaço, situado a 1,5 milhões de quilómetros da Terra, medidos a partir do Sol. Dali observará cerca de um milhão de estrelas relativamente próximas, numa área que cobre metade do céu, em busca de subtis mas regulares diminuições do seu brilho e do efeito que se produz quando um planeta interposto entre nós e a estrela bloqueia temporariamente o trajecto da luz. Para isso contará com 34 pequenos telescópios e câmaras individuais.
Combinados com observações de velocidade radial estelar obtidas a partir da Terra, as medidas de PLATO permitirão calcular a massa e o raio de um planeta e por conseguinte a sua densidade, o que dá indícios sobre a sua composição. Desta forma, estudará milhares de sistemas planetários e trabalhará com especial ênfase no sentido de descobrir planetas do tipo Terra e super-terras na zona habitável da sua estrela (a zona habitável é a região circundante na qual os planetas poderiam ter água superficial em estado líquido).
Além disso, a missão investigará a actividade sísmica das estrelas, determinando características como a sua massa, raio e idade. PLATO inscreve-se na senda aberta por missões como Solar Orbiter, que se lançará em 2017 para estudar o Sol, ou como o Euclid, que a partir de 2020 irá centrar-se na revelação dos mistérios das chamadas matérias e energias obscuras.