O veículo IXV (Intermediate eXperimental Vehicle) da Agência Espacial Europeia, demonstrador de reentrada na atmosfera, está nos últimos preparativos para o seu lançamento a partir do porto espacial de Kourou (Guiana Francesa) no próximo dia 11 de Fevereiro, a bordo de um lançador europeu do tipo VEGA.

O IXV foi concebido como plataforma tecnológica para verificar as tecnologias críticas da reentrada na atmosfera, num contexto de voo representativo das missões de regresso provenientes da baixa órbita terrestre (Low Earth Orbit - LEO), podendo ser considerado como passo intermédio a nível de experimentação para as futuras aplicações espaciais europeias que vão desde missões de transporte a missões de exploração.

Thales Alenia Space Italia foi a responsável pela concepção, desenvolvimento, integração e validação do IXV, liderando um consórcio com cerca de quarenta sócios europeus onde estão as principais empresas europeias do sector espacial, institutos de investigação e universidades.

Neste consórcio de empresas europeias encontra-se a GMV que liderou dois importantes subsistemas e que teve um papel muito importante no outro:

• OBSW - On-Board Software. A GMV foi responsável pela concepção, desenvolvimento e validação do OBSW, software a bordo do veículo e encarregado de o dirigir autonomamente durante todo o seu voo, desde que se separa do lançador.
• VMI - Vehicle Model Identification A GMV foi responsável pela concepção, desenvolvimento e validação das técnicas e algoritmos para a reconstrução do voo do IXV com base nas medidas recolhidas durante a reentrada para melhorar os modelos aerodinâmicos de previsão destinados a futuros veículos de reentrada semelhantes ao IXV.
• GNC, Orientação, Navegação e Controlo. A GMV foi responsável pela concepção, desenvolvimento e validação da função de navegação do IXV, encarregada de calcular durante o voo a posição e velocidade do veículo com outros parâmetros derivados para poder garantir a integridade do veículo durante a reentrada na atmosfera.

O IXV será posto em órbita por meio de um lançador do tipo VEGA, alcançando uma altura de uns 450 Km que lhe permitirá chegar aos 7,5 Km/s (27.000 Km/h) de velocidade ao entrar na atmosfera. Durante a sua reentrada através da atmosfera, controlada por meio de motores e superfícies aerodinâmicas, recolher-se-á grande quantidade de dados das fases de voo hipersónicas e supersónicas para posterior análise. Finalmente o veículo iniciará a descida controlada por meio de uma série de pára-quedas que permitirão o seu pouso no Oceano Pacífico para posterior recuperação e análise.

A missão terá uma duração aproximada de uma hora e quarenta minutos. A fase de descida em pára-quedas, culminará com um pouso no Oceano Pacífico, onde a nave espacial será recuperada por um barco especialmente equipado.

Os dados recolhidos durante a missão serão uma contribuição extraordinária para desenvolver na Europa os veículos de reentrada de nova geração, uma vez que se verificarão as tecnologias para efectuar reentradas na atmosfera em condições reais como, por exemplo, as de aerodinâmica, aerotermodinâmica, sistemas de protecção térmica ou sistemas de navegação e controlo de voo. Trata-se de uma missão essencial para o desenvolvimento de futuras tecnologias críticas nos campos de missões autónomas e/ou tripuladas.