Sensores móveis para vigilância em contextos urbanos
Actualmente, a detecção de ameaças depende quase integralmente da protecção humana, de apreciações intuitivas, da experiência e da aplicação dos procedimentos existentes. É provável que a tecnologia não possa substituir nenhuma dessas ferramentas a curto prazo, mas será sem dúvida uma ajuda muito valiosa.
Sistemas como o SUM (Surveillance in an Urban Environment Using Mobile Sensors), desenvolvido por um consórcio formado pela GMV, na qualidade de líder, pela DLR (Alemanha), pela Universidade Técnica de Munique (TUM, Alemanha) e pela Academia Real Militar Belga (RMA), poderão reduzir de maneira significativa o volume de trabalho do operador e facultar ao chefe de operações informações fiáveis que ajudem a garantir a segurança do pessoal envolvido.
As informações detectadas pelos sensores móveis e a fusão de todos os seus dados, facilitam a vigilância em contextos de operações militares, fundamentalmente urbanos. O SUM recebe dados de quatro tipos diferentes de sensores (radiométricos, de radar, de infra-vermelhos e ópticos). A fusão dos dados recebidos com a aplicação de complexos algoritmos computacionais permite a detecção de anomalias no contexto. Para além do desenvolvimento das tecnologias de detecção e fusão, foi um importante desafio a coordenação dos diferentes sensores, tanto no espaço como no tempo. Em meios hostis, estas anomalias podem, por exemplo, envolver a presença de dispositivos explosivos improvisados (IED).
Este projecto que agora se concluiu, faz parte do programa JIP Force Protection (FP) da Agência Europeia de Defesa (EDA), tendo há alguns meses realizado com total sucesso uma demonstração nas instalações militares de Heverlee, nos arredores de Leuven (Bélgica).
Durante a demonstração o sistema SUM, instalado num veículo de reconhecimento, foi submetido a quatro situações diferentes que apresentavam diversos tipos de perigos simulados e reais. Um público constituído por pessoal militar, engenheiros de sistemas e investigadores dos Estados Membros participantes no programa FP teve oportunidade de verificar a utilidade e viabilidade do conceito, potenciado pela facilidade de utilização da interface homem-máquina. Esta interface facilita as informações necessárias ao operador para identificar as ameaças de uma forma simples, ao mesmo tempo que dá acesso aos dados fornecidos por cada sensor específico e a dados de comando e controlo.