GMV com o Dia Internacional do Asteróide
Atualmente, entre os objetos próximos da Terra (NEOs) descobertos até agora, há mais de 1700 asteróides considerados perigosos. Para consciencializar a sociedade sobre o perigo real, celebra-se desde 2015, a 30 de Junho, o Dia Internacional do Asteróide.
Para a nossa sociedade é crucial o conhecimento e compreensão dos asteróides, uma vez que ajudará a determinar o perigo real a que poderá estar sujeito o nosso planeta (cada vez mais dependente das comunicações e da tecnologia) no caso de impacto, remediando assim este tipo de eventos.
Neste contexto de defesa planetária, é de grande importância o desenvolvimento das tecnologias como as que se relacionam com a orientação, navegação e controlo de sondas na proximidade de asteróides para que seja possível realizar missões destinadas ao estudo das suas características e ao desvio por impacto no caso de ser necessário.
Há anos que a GMV trabalha ativamente em diversos projectos neste campo. Por sua vez, a AIM (Asteroid Impact Mission), que no contexto do programa AIDA (Asteroid Impact and Deflection Assessment) quer estudar os efeitos do impacto da sonda DART da NASA contra a lua dos asteróide Dydimos, mostra novas tecnologias de comunicações óticas no espaço e caracteriza a superfície e a estrutura interna de Didymos e da sua lua. Para valorizar a viabilidade de futuras missões, a FCS ATOMIC (Flight Control System Assessmment Toolbox for Optimal Mission Cost and Performance) -- iniciativa liderada pela GMV -- procura estabelecer um marco real de sistema de controlo de voo (Flight Control System - FCS) composto pelos sistemas FDS e GNC com as respectivas interfaces. Por sua vez, a TAIM (Asteroid Impact Mission Thermal Infrared Imager) dedica-se a estudar o desenvolvimento de uma câmara termográfica que capta imagens no espectro infravermelho para a missão AIM (Asteroid Impact Mission) da ESA.
Durante este ano a GMV também participará ativamente no projeto NEOShield-2, da Comissão Europeia, sobre defesa planetária contra asteróides. O projeto, que arrancou em 2015, enquadra-se no programa I+D da CE H2020, é liderado pela Airbus Defence and Space GmbH, conta com a participação de 11 empresas europeias e tem um orçamento total de 4,2 milhões de euros.
NEOShield-2 desenvolve as tecnologias necessárias para as missões espaciais com o objetivo de desviar asteróides ameaçadores. Além disso, o projeto averigua a forma de medir com precisão as tentativas de desvio e de realizar investigações no terreno. Estão a ser analisadas as observações astronómicas, a modelização, as simulações e a caracterização física dos objectos próximos da Terra (NEOs, na sua sigla em inglês) para compreender melhor as suas propriedades físicas. Por fim, também tenta definir uma estratégia europeia para futuras atividades de investigação associadas às missões.
No contexto NEOShield-2, a GMV encarrega-se do desenvolvimento do sistema autónomo de Orientação, Navegação e Controlo (GNC) baseado na visão artificial, o que possibilitará o pouso da sonda na superfície do asteróide e a recolha de amostras com um mínimo de 2 gramas, trazendo-as de volta para a Terra. Trata-se de uma missão-chave para estudar com precisão as características do asteróide antes de o desviar.
A GMV desenvolve e opera também bancos de testes para validação em terra dos três sistemas GNC do consórcio NEOShield-2, para o qual se está a actualizar o laboratório de Navegação Óptica e o Laboratório Robótico Avançado platform-art© que em tempo real permite reproduzir em terra as condições do cenário espacial e estimular os sensores e computadores a bordo da sonda espacial.