Serviços de observação da Terra para a monitorização da produção agrícola em África

O desafio do AfriCultuReS consiste em melhorar a segurança da produção de alimentos na África Subsaariana, onde em 2016 35% da população com mais de 15 anos sofreu uma grave escassez de alimentos (FAO – Novembro de 2017).

O AfriCultuReS, coordenado pela GMV, reúne dezassete prestigiadas entidades africanas e europeias de referência em diversos campos de especialização: climatologia, meteorologia, monitorização e modelação de cultivos, tecnologias da informação, ciências sociais e observação da Terra.

O AfriCultuReS tem como objetivo conceber, implementar e validar operacionalmente um sistema integrado de monitorização, análise de cenários e alerta precoce como ferramenta para a tomada de decisões no âmbito da garantia da produção de alimentos em África.

Prevê-se que o projeto disponibilize uma grande variedade de informações de natureza climática, económica, biofísica e relativa à produção alimentar para diversas regiões de África. Para tal, aplicará a ciência geoespacial em benefício do desenvolvimento agrícola sustentável, a gestão dos recursos naturais, a conservação da biodiversidade e a redução da pobreza em África.

Apoiado por diversos organismos multilaterais, o GEO - Group of Earth Observations, o African Development Bank (AfDB) e a African Union - no AfriCultuReS participarão todos os agentes principais da AfriGEOSS, GEOGLAM, GMES & África e outras destacadas iniciativas, assim como os intervenientes representativos da diversidade dos sistemas agrícolas africanos, num esforço de melhoria dos serviços prestados pelos sistemas atuais, com a inovadora fusão de dados de fontes múltiplas (observação da Terra, medidas in situ, serviços climáticos e meteorologia ou modelos de cultivos) de forma vertical.

No âmbito do projeto, os sócios e as redes colaboradoras africanas serão essenciais para levar a cabo o trabalho de conceção, formação e promoção da utilização das ferramentas do projeto. Em particular, utilizarão técnicas e ferramentas de inovação social para incrementar o número de participantes e impulsar o fluxo de informação de uma forma simples e cómoda. O objetivo final será produzir uma sistema baseado na Internet que auxilie a tomada de decisões no âmbito da produção de alimentos em África.

Além da coordenação global científica, técnica e administrativa do projeto, a GMV é também a responsável técnica pelo pacote de trabalhos orientados para a comunicação, transferência de conhecimento e plano de exploração. Do mesmo modo, a GMV lidera a tarefa de análise de necessidades e dos requisitos de utilizador, além da determinação de riscos para a segurança alimentar. Simultaneamente, a GMV realizará a gestão da tarefa centrada na sustentabilidade e conseguinte exploração de resultados, para além do apoio financeiro do programa H2020.

Para a inauguração do projeto, os participantes reuniram-se todos em Adis Abeba (Etiópia) nos dias 23 e 24 de Novembro, numas frutíferas jornadas de implementação que contaram com a presença do Ministro etíope da Rega e Electricidade, o Dr. Seleshi Bekele. O ministro destacou a importância da cooperação com a União Europeia para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável, destacando que “com projetos como o AfriCultuReS, esta cooperação está a entrar numa nova fase”.

Segundo o Dr. Tidiane Ouattara, Chefe da Unidade de Programas GMES & África da União Africana, que proferiu também um discurso na reunião inicial do projecto: “Este projecto pode marcar a diferença, uma vez que envolve desde o início os interessados e os utilizadores finais dos produtos de Observação da Terra”.

Por seu lado, o Dr. Franz Immler, responsável pela Ação Climática na Comissão Europeia, que se deslocou excepcionalmente vindo da Europa para a ocasião, destacou “o papel do AfriCultuReS no contexto do diálogo Europa-África” recentemente consolidado na 5ª Cimeira da União Africana -UE em Abidjan (Costa do Marfim, 29-30 de Novembro de 2017).

O AfriCultuReS é considerado pela EU como uma das pedras angulares da estratégia da Comissão Europeia para intensificar a cooperação com os seus parceiros africanos, contribuindo para o desenvolvimento da política União Europeia-União Africana, enquanto promove e apoia as atividades do GEO e os seus programas mais emblemáticos (por exemplo, a GEOGLAM), assim como as iniciativas regionais, EuroGEOSS e AfriGEOSS.

O evento representou uma ocasião para definir o quadro de atividades para os próximos anos e favoreceu o intercâmbio com projetos convidados, também financiados pela UE, com iniciativas e organizações profissionais, assim como oportunidades concretas de colaboração num futuro próximo.

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