O que se passaria na Colômbia se não existisse dinheiro efetivo (numerário)?

Victor Gaspar, GMV’s Country Business Manager, took part in the debate by pointing out the barriers to a cashless existence

Com o aparecimento das novas tecnologias e sua aplicação como métodos de pagamento, fica-se com a impressão de que o dinheiro efetivo se poderia extinguir num futuro próximo. Apesar disso, na maioria dos países a nível global, o dinheiro em numerário continua a ser quase tão imprescindível como antes, tendo até aumentado a sua procura.

A Associação para o Progresso da Direção APD Colômbia e a editora Kienyke analisaram as implicações em todos os cenários de uma economia totalmente digitalizada com a organização da jornada "Democracia Digital -- reptos de uma economia sem dinheiro efetivo".

Durante o encontro realizou-se uma mesa de debate sobre as vantagens e desvantagens do dinheiro em numerário e da importância da transformação digital no sector financeiro da Colômbia. Victor Gaspar, Country Business Manager da GMV para a Colômbia, interveio no debate destacando as barreiras que existem para se conseguir viver num mundo sem dinheiro efetivo: o excesso de regulamentação refreia a inovação, a falta de conhecimento e de interesse, etc. Também, no caso da Colômbia, "há 7 milhões de pessoas adultas sem conta bancária e existe uma barreira de infra-estruturas a eliminar para se poder avançar na transformação digital”. “Necessitamos de melhores comunicações, de melhores dispositivos e de maior acesso. Um colega contou-nos que vive a quatro quilómetros daqui e não tem Internet.  Temos que acabar com isso", afirmou Gaspar. Outro tema que destacou foi a necessidade de homogeneizar as leis regulamentadoras no sector financeiro para que as empresas se expandam sem problemas, por exemplo com melhoramentos na RGPD. De acordo com Victor Gaspar, para empreender uma transformação digital também se devem eliminar as barreiras culturais procurando soluções para problemas reais dos clientes, como é caso da hesitação relativamente à mudança.

Relativamente às principais vantagens que oferece a transformação financeira, Gaspar mencionou a competência, por trazer maior vantagem ao consumidor e mais inconvenientes para os atores atuais. Num contexto mais digital, o consumidor passa a ter mais opções económicas, como é o caso das aplicações que permitem fazer transferências simples e rápidas de dinheiro (Revolut, TransferWise, etc). As startups irrompem no mercado com um único produto ou oferecendo um único serviço de forma ágil e económica, erodindo as margens de benefícios dos grandes grupos financeiros.

O fórum procurou analisar as implicações em todos os cenários de uma economia cem por cento digital que apoia as áreas empreendedoras do sector financeiro e que inova com propostas que levam as instituições para dentro da era digital. No debate também intervieram José Luis Gómez, Diretor de Inovação de Claro Colômbia, Santiago Andrés Torres, diretor de negócios e business development de Da Vinci Technologies, Joan Gili Suárez, presidente da fiduciária Renta 4 e Jaime Espinosa, Diretor do BBVA Open Innovation Colômbia.

Além disso, Gerardo Hernández, membro da Junta Diretiva do Banco de la República, falou durante este encontro sobre as grandes mudanças no sector económico com os avanços tecnológicos que atualmente se apresentam no mundo. Lembrou que "as entidades têm que pensar como assumir as mudanças da tecnologia”. Relativamente à Colômbia, Hernández também asseverou que se vêem dinâmicas positivas para apoiar os desenvolvimentos tecnológicos, embora "nos falte potenciar a utilização dos recursos para podermos analisar e gerir melhor os riscos”. Por exemplo, o Banco de la República vem trabalhando em alternativas para otimizar o sistema de pagamentos e iniciar o caminho para apoiar sistemas de pagamento mais eficientes com uma tecnologia que encaminhe a Colômbia para uma sociedade com menos dinheiro em numerário.

 

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