Como todas as tecnologias de rede sem fios de última geração, as redes 5G reduzirão praticamente a zero o retardamento entre os dispositivos e os servidores com que se comunicam. A velocidade de transmissão de dados, assim como a capacidade de transmissão adicional tornarão o serviço mais fiável, permitindo que mais dispositivos se conectem simultaneamente à rede. Além disso, o menor consumo de energia, tanto para as redes como para os terminais, reduzirá o impacto ambiental das comunicações móveis juntamente com o seu custo.

Por outro lado, o posicionamento com tecnologia celular de última geração 5G promete abrir possibilidades até agora desconhecidas para os serviços de localização por satélite em campos como a gestão inteligente do tráfego, o seguimento de activos, os serviços de emergência e socorro ou a entrega personalizada com base na utilização do telemóvel.

Em 2016, o grupo operativo GNSS 5G do programa-marco Horizonte 2020 (H2020) tomou a iniciativa de dar forma ao apoio a serviços de posicionamento de alta precisão em redes 4G e 5G a fim de contribuir para o projecto de associação de terceira geração (3GPP) que representa o esforço de normalização mundial.

No marco desta iniciativa, a Agência Espacial Europeia (ESA) adjudicou em 2018, a um consórcio liderado pela GMV, o projecto GINTO5G para a integração dos sistemas globais de navegação por satélite em redes sem fios 5G.

Recentemente, no âmbito deste projecto, houve uma campanha de recolha de dados realizada pela GMV e pela DLR (Agência Aerospacial Alemã) em Munique (Alemanha), com a colaboração de NovAtel, U-blox e Deutsche Telekom.

A campanha realizou-se em três ambientes diferentes da cidade Alemã, representativos de áreas rurais, zonas residenciais de casas baixas e zonas urbanas de edifícios altos. Também se fez uma recolha de dados nas transições entre estes três contextos.

Para a recolha de dados, utilizaram-se dois veículos com receptores GNSS e IMUs de diferentes graus, serviços de correcção para alguns desses receptores GNSS, assim como receptores de banda larga sem fios 4G Long-Term Evolution (LTE) e banda ultra-larga (UWB). Durante os testes ambos os veículos em circulação captavam dados de posição relativa entre si, realizando um seguimento contínuo de veículo a veículo para simular os futuros padrões operativos de 5G.

Durante esta campanha a GMV encarregou-se de processar os dados, analisar e caracterizar o comportamento dos equipamentos GNSS e IMUs em cada cenário, enquanto a Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) se encarregou de realizar esta mesma análise para os dados LTE e UWB.

A seguinte fase do projecto implica o processamento completo de todos os dados reunidos durante a campanha deste teste, o que conduzirá a novas experiências de campo. Os dados reunidos durante todas as campanhas serão utilizados para desenvolver um simulador que permita obter soluções híbridas das tecnologias GNSS e 5G, servindo de ferramenta para fazer estudos preliminares noutras áreas do planeta que possam ser de interesse para outros projectos.

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