Transformação digital em saúde e inteligência artificial: Progressos e casos de êxito
A propósito da inauguração do hospital da Fraternidade Muprespa Paseo de la Habana (um dos poucos centros de saúde a nível mundial distinguidos com a certificação LEED), celebrou-se no seu salão de eventos o IT Health em que a GMV partilhou os seus desenvolvimentos em navegação e planeamento cirúrgico e radioterapêutico.
Carlos Illana, Chefe de Produto de radiance e líder do projeto NAVIPHY, descreveu um percurso na história da radioterapia no tratamento do cancro, destacando os progressos alcançados na atualidade graças à aplicação desta técnica no próprio quirófano, também conhecida como radioterapia intra-operatória (RIO). Actualmente, “60% dos cancros são curados, esperando-se que em 2030 se chegue aos 70%" destacou Llana, ressaltando o papel dos especialistas no desenvolvimento de produtos de saúde como radiance, o software de planificação RIO da empresa. "Os engenheiros da GMV vêm colaborando estreitamente com os especialistas há mais de 15 anos, quando desenvolveram o simulador para artroscopia do joelho". Esta colaboração é imprescindível “para conhecer as suas necessidades e levar-lhes respostas tecnológicas”.
Por sua vez, explicou o impacto na saúde que o módulo de navegação cirúrigica radiance tem tido para melhorar a precisão dos tratamentos de cancro da mama. Trata-se de um desenvolvimento que se tem realizado em colaboração com o Hospital Doctor Negrín, cujo serviço de RIO é líder a nível europeu, em boa medida graças ao empenho do Professor Pedro Lara, que partilhou com os presentes a sua firme convicção sobre “a rentabilidade dos investimenos em tecnologia, tanto para o paciente como para o sistema”. Alcançar maior precisão na extirpação dos tumores e oferecer aos cirurgiões, oncologistas radioterapeutas e físicos radioterapeutas, ferramentas tecnológicas para realização da viagem digital nos quirófanos, com precisão e com maiores taxas de êxito. Estes são alguns dos objectivos dos projectos em que trabalham os engenheiros da área de saúde digital da GMV.
Porque, como explicou a neurocirurgiã do Hospital Universitário La Paz, Marisa Gandía, em aproximadamente quinze anos «passámos da realização de cirurgias “à vista”, documentando as intervenções à mão, com relatórios tais como “cirurgia macroscopicamente completa”, evoluindo até hoje para a “microscópica completa” com a aplicação da tecnologia e concluindo com a “cirurgia controlada sob navegador e sob e ecógrafo».
A viagem digital e, com ela, a inteligência artificial tem impacto em dois aspectos fundamentais das organizações de saúde: no trabalho dos clínicos e no dos gestores. Uns e outros são colaboradores indispensáveis para alcançar com êxito a mudança cultural necessária capaz de situar o sector da saúde ao mesmo nível de adopção que outros, como a banca. Um estudo apresentado recentemente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual assinala que dos 340 mil pedidos de patentes relacionados com tecnologias de IA ao longo da história, metade foi apresentada entre 2013 e 2016. O relatório conclui dizendo que a IA passou do campo teórico para o mercado mundial, destacando a presença desta tecnologia no sector das ciências médicas.
Um caso de êxito da aplicação da IA na saúde é o projecto da Consellería de Sanidade da Xunta de Galicia com o qual se conseguiram determinar mais de mil casos de doenças raras utilizando uma plataforma teccnológica de exploração de dados clínicos e epidemiológicos, desenvolvida pela GMV. A medicina dos 5Ps (Preventiva, Preditiva, Personalizada, Participativa e Populacional) passou da teoria à prática e nela tem sido protagonista o papel dos pacientes/clientes. Conforme se concluiu no evento, os pacientes gradualmente mais informados pedem experiências equiparáveis em nível de qualidade ao que outros sectores oferecem.