O momento da «Reindustrialização Digital» em Espanha

GMV goes to Santander to input its point of view and experience on issues as diverse as innovation, cybersecurity and autonomous driving

Durante os dias 2 a 4 de Setembro, Santander acolheu a 33ª edição do Encontro da Economia Digital e das Telecomunicações, organizado pela AMETIC com a colaboração do Banco Santander e da Universidade Internacional Menéndez Pelayo.

Sob o lema «O momento da reindustrialização digital», o Presidente da AMETIC, Pedro Mier, reforçou esta ideia: «Agora é o momento de apostar na reindustrialização da Espanha e da Europa a partir do impulso da digitalização e da inovação, que é o autêntico elemento da competitividade internacional. Além de sermos utilizadores, temos que aspirar a ser actores e para isso devemos desenvolver tecnologia. Temos pela frente uma grande oportunidade e queremos abordá-la bem com uma aposta no país, unindo todas as forças tecnológicas, políticas, económicas e sociais».

COMPROMISSO DO GOVERNO COM A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

Esta edição contou com destacada presença institucional. À participação do Presidente em funções, Pedro Sánchez, no acto de encerramento, juntou-se, durante os três dias do Congresso, a participação de várias ministras em funções, como a Ministra da Economia e Empresa, Nadia Calviño, a Ministra da Educação e Formação Profissional, Isabel Celaá, e a Ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Reyes Maroto.

O governo em funções transmitiu, portanto, o seu compromisso com a transformação digital da economia para que a Espanha consiga captar parte do potencial que oferece esta digitalização, tendo em conta que a economia digital contribui para o nosso país com 5,8% do PIB nacional, o que está longe daquilo que ocorre em países como o Reino Unido onde esse índice se eleva aos 10%.

O encontro constituiu um dos acontecimentos mais relevantes do calendário da digitalização de Espanha, reunindo os principais actores de um sector fundamental para a economia nacional e europeia. Durante esses dias participaram reputados conferencistas, altos representantes de organismos públicos espanhóis e europeus, assim como altos executivos das empresas tecnológicas líderes, que expuseram as suas reflexões e opiniões sobre a evolução do sector e das tendências do futuro, relacionadas com estas tecnologias.

O encontro contou com o apoio e participação da GMV que, ano após ano, tem estado em Santander para contribuir com a sua experiência e pontos de vista em temas tão diversos como a inovação, a cibersegurança ou a condução autónoma.

MAIOR PESO DO INVESTIMENTO PRIVADO EM I+D

O Director-Geral de Secure e-Solutions da GMV, Luis Fernando Álvarez-Gascón, no seu papel de Presidente da Comissão de Inovação da AMETIC, ficou encarregado de moderar a mesa dedicada à análise do estado da inovação na Espanha.

No decurso do debate, o dirigente pediu maior protagonismo ao investimento privado no conjunto do sistema nacional de I+D que actualmente se divide em partes iguais entre o sector público e o privado.  Para Álvarez-Gascón, «a I+D na Espanha deveria crescer até aos 2,4% do PIB e contar com uma participação de 70% do sector privado».

Depois de lamentar que a Espanha não faça da inovação uma ferramenta de competitividade, Álvarez-Gascón insistiu em dar a volta a esta realidade através de uma melhoria na qualidade das subvenções, em claro apoio à fiscalidade da I+D e da implementação de instrumentos de nova geração, entre outros factores, destacando que «é necessário melhorar as condições de risco e criar certezas no mercado».

O QUE APRENDER DOS INCIDENTES DE SEGURANÇA?

Por sua vez, o CISO de Secure e-Solutions da GMV, Mariano Benito, durante a sua participação na mesa de debate «O que aprender dos incidentes de cibersegurança mais recentes?», reconheceu que muitas empresas ficam apenas com a parte positiva da transformação digital, havendo certa resistência em pensar que possam ocorrer incidentes e investindo na segurança apenas quando realmente acontece alguma coisa. Sendo cada vez mais evidente que a qualquer empresa pode ocorrer um incidente, Benito destacou como boa notícia que as empresas estão cada vez mais conscientes da necessidade de integrar a segurança desde o início, envolver toda a organização, dispor dos meios adequados e estar a par de tudo o que ocorre para poder reagir no caso de ser necessário.

TECNOLOGIAS DE POSICIONAMENTO PARA VEÍCULOS AUTÓNOMOS

No painel dedicado ao «Veículo conectado e mobilidade sustentável", a directora da Unidade de Negócio Automóvel da GMV, Sara Gutiérrez, centrou-se na necessidade de a condução autónoma dispor de tecnologias e sistemas que permitam um posicionamento com máxima precisão, segurança e fiabilidade. Como exemplo, invocou o recente contrato do fabricante alemão de automóveis -- BMW Group -- em que a GMV foi seleccionada para o desenvolvimento de tecnologias avançadas de posicionamento preciso e seguro para a sua nova geração de veículos autónomos.

Ao mesmo tempo lembrou que as tendências em mobilidade se agruparão em volta de carros cada vez mais conectados e electrificados, que facilitem outros modos de condução, assim como a implantação de tecnologias de assistência ao condutor e de condução autónoma.

POR TRÁS DE TODO O PROJECTO-TRACTOR HÁ UMA GRANDE AMBIÇÃO

O Congresso encerrou o seu programa com uma última mesa centrada na abordagem da «inovação por missões» que novamente contou com a intervenção de Luis Fernando Álvarez-Gascón ao reivindicar que «todo o conhecimento acumulado deve ter impacto no mercado, sob pena de não haver inovação». Álvarez-Gascón apresentou as ferramentas que estão a ser utilizadas na digitalização em Espanha, tendo falado dos projectos-tractor como «propostas de transformação capazes de desenvolver projectos de inovação para resolver problemas da nossa sociedade», assegurando que «por trás de todo o projecto- tractor há uma grande ambição».

Esta 33ª edição do Encontro da Economia Digital e das Telecomunicações terminou com o compromisso do Governo em trabalhar na melhoria da digitalização na Espanha, em transformar-se num dos eixos de acção prioritários e na necessidade de se criar uma constituição digital.

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