Êxito da campanha de testes de robótica de Marrocos

Marruecos I

De meados de Setembro a 15 de Dezembro, a GMV participou nos testes de campo finais dos projetos incluídos no programa do Cluster de Investigação Estratégica (Strategic Research Cluster - SRC) da Comissão Europeia (H2020).

O objetivo principal do SRC em robótica espacial consiste em criar, no prazo 2020–2030, os instrumentos necessários para consolidar a maturidade técnica dos sistemas robóticos destinados à assistência de serviço em órbita e às missões de exploração planetária. O projeto PERASPERA, encarregado do plano de progressão e da supervisão técnica do programa, com o financiamento do Programa-Marco de Investigação e Inovação Horizonte 2020 (H2020), está a ser coordenado pela Agência Espacial Europeia (ESA). Os sócios participantes são a Agência Espacial Italiana (Agenzia Spaziale Italiana - ASI), o Centro para o Desenvolvimento Tecnológico Industrial Espanhol (CDTI), o Centro Francês de Estudos Espaciais (Centre National d’Études Spatiales - CNES), o Centro Aeroespacial Alemão (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt - DLR) e a Agência Espacial Britânica (UK Space Agency, UKSA).

A GMV lidera três destes elementos básicos tecnológicos:

  • O Sistema europeu operativo e de controlo para robótica espacial OG1 (ESROCOS), centrado na criação de software operativo capaz de controlar um sistema robótico espacial em todas as fases da missão;
  • O Controlador Autónomo Europeu de robótica por objetivos OG2 (ERGO), elemento concebido para desenvolver o sistema de autonomia para planeamento, programação e supervisão da execução das atividades de sistemas robóticos;
  • Os elementos de Instalações para Robótica Orbital e de Superfície OG6 (FACILITATORS) para proporcionar os cenários orbitais e planetários destinados ao resto dos projetos, incluindo a preparação de instalações de validação de sistemas de robótica e a organização de campanhas de testes no terreno.

 

Nesta ambiciosa campanha de testes levada a cabo em Ibn Batuta (deserto do Saara), validou-se com êxito o software ERGO, tendo a GMV conseguido realizar com sucesso uma longa travessia inteiramente autónoma.

ERGO demonstrou satisfatoriamente a sua capacidade para dirigir o veículo explorador SherpaTT da DFKI com o fim de efetuar uma longa travessia de forma totalmente autónoma (por objetivos) num ambiente parecido com o de Marte. O veículo explorador SherpaTT percorreu 1,4 quilómetros num planeamento de oito horas, tendo reprogramado a sua rota nominal ao deparar-se com situações inesperadas e imprevistas. Começando pelo objetivo original de recolher uma amostra de solo num destino remoto, o veículo explorador percorreu um trajeto de 1,4 Km na paisagem desértica marroquina de extensas planícies, mas também com pronunciados declives e desfiladeiros. Para isso planeou o seu próprio trajeto e reagiu a situações imprevistas. Por exemplo, adaptou-se às condições mutantes do terreno e superou os obstáculos.

 

Durante o trajeto, o SherpaTT levava uma câmara e um sistema de reconhecimento de imagens capaz de determinar se as rochas ou o solo dos arredores apresentam características interessantes, não catalogadas previamente, para eventual caracterização e análise. Em consonância com este princípio de ciência oportunista, o SherpaTT atuou de maneira completamente autónoma, alterando o seu plano inicial (estabelecido por operadores humanos) para se adaptar a esta nova entrada de informações. Este novo plano incluiu a obtenção de imagens das características desconhecidas e catalogadas como de possível interesse (rochas, terreno, etc.). No seu conjunto, o processo evidenciou a capacidade decisória autónoma do sistema ERGO.

A tecnologia desenvolvida em ERGO está concebida para satisfazer as necessidades dos futuros veículos de exploração espacial e das aeronaves, tanto em situações orbitais como planetárias. No âmbito do ERGO, a GMV (Espanha e Reino Unido), juntamente com diversos sócios europeus (Airbus DS Ltd, DFKI, Ellidiss Technologies, King's College London, SciSys, Universidade de Grenoble Alpes e Universidade de Basileia), concebeu, desenvolveu e validou agora um sistema de autonomia orientado por objetivos e pronto para aplicação a diversos robôs espaciais que operem em ambientes difíceis, tanto espaciais como terrestres (ou seja, nucleares, petrolíferos e gás).

 

Este projeto recebeu fundos do programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia, através do acordo de subvenção nº 730086.

 

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