FACET, projecto europeu para melhorar a qualidade de vida nos idosos e adultos em estado de fragilidade
Depois de três anos de trabalho, GMV apresentou – no âmbito de um workshop realizado em Madrid – as novas funcionalidades da sua plataforma antari HomeCare para gestão clínica de idosos e pessoas em estado de pré-fragilidade.
A nova versão desenvolvida no projecto europeu de investigação e inovação – FrAilty Care and wEll funcTion - FACET – integra, conforme explicou Javier Téllez, especialistas em soluções Smart Health da GMV, “planos terapêuticos e intervenções personalizadas (algoritmos nutricionais, medicação, planos de exercício físico) para os cuidados integrados, coordenados e continuados, envolvendo todos os implicados (médicos e pacientes)”.
A GMV também desenvolveu a tecnologia necessária para garantir a privacidade dos dados que se usaram na investigação, conforme o disposto no Regulamento Europeu de Protecção de Dados (RGPD) e na normativa correspondente dos países envolvidos. Cumpre destacar que o FACET “é um dos poucos testes clínicos (RCT, Randomized Clinical Trial) em matéria de fragilidade à escala nacional e internacional”.
Nas palavras de Marco Pugliese, Director CLC de EIT Health España FACET é “um dos projectos mais interessantes do portfólio de inovação da EIT Health. Como nó espanhol da EIT Health, estamos muito orgulhosos com o êxito deste projecto por diferentes razões: a primeira porque muitos dos actores envolvidos nele são sócios da EIT Health Espanha, e a segunda, muito importante, porque este projecto responde a algumas necessidades concretas no âmbito dos cuidados de saúde, trazendo soluções inovadoras para a fragilidade, síndrome muito ligada ao envelhecimento da população”.
Dados, sensores e alertas
A plataforma desenvolvida pela GMV permite tratar dados e facultar informações sobre o estado do paciente – tanto fisiológicas como de comportamento, nutricionais, funcionais e cognitivas – com as quais o médico pode fazer um seguimento contínuo e adaptar, de forma pertinente, o tratamento de acordo com as evidências obtidas. Os dados obtêm-se com sensores que permitem ao especialista de saúde conhecer continuamente o estado do paciente, sem que este saia da sua casa.
Como explica o próprio Téllez, também na plataforma “se configurou um sistema de alertas, combinando todo o tipo de parâmetros, tanto quantitativos como qualitativos, para que o profissional seja avisado quando alguma coisa não está bem e dar ao médico a oportunidade de agir”. Por exemplo, por meio de um painel de biomarcadores, faz-se uma monitorização precisa e objectiva das alterações nos padrões dietéticos associados ao risco de fragilidade.
A investigação que está a utilizar antari HomeCare centrou-se em dois grupos de pacientes. O primeiro deles é gerido pelo Serviço Madrileno de Saúde (Hospital de Getafe), onde se está a realizar um teste clínico que se prolongará até meados de 2019. O outro grupo é formado por pacientes da região de Aberystwyth (Gales), que participam num programa-piloto para verificar a eficácia da plataforma em medicina comunitária “num contexto com grande dispersão da população e sem fácil acesso a serviços médicos”, comentou o especialista da GMV.
Comunicação e educação
A plataforma antari HomeCare liga estreitamente os médicos e os pacientes, o que permite a detecção antecipada de situações de risco e a identificação de grupos susceptíveis de desenvolver fragilidade entre a população trabalhadora. No contexto do FACET também se realizaram actividades educativas para aumentar a consciência da fragilidade entre indivíduos e profissionais. Cursos online de reconhecimento da fragilidade, sessões de capacitação e ateliers de fragilidade, são algumas dessas actividades.
A GMV trabalhou com empresas e entidades como Abbott, Universidade Politécnica de Madrid, Serviço Madrileno de Saúde, Atos, Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica (INSEM), Universidade de Aberystwyth e PREMAP no projecto FACET que visa o melhoramento da qualidade de vida de 13,05 milhões de pessoas.