Analisando o impacto da Indústria 4.0 em toda a cadeia de valor

At MATELEC Industry GMV has analyzed the impact of Industry 4.0 throughout the value chain

Actualmente a compra de um veículo é um exercício muito diferente do que era há algumas décadas. Passámos do consumidor sem informações nem opções no mercado para o utilizador conectado, consciente do meio ambiente e exigente em temas de segurança e eficiência. Nesta linha, as empresas foram se adaptando aos diferentes hábitos e às múltiplas mudanças tecnológicas, colocando o cliente no centro da sua estratégia. Trata-se de mudanças que trazem a necessidade de dispor de processos produtivos mais dinâmicos, versáteis e altamente modulares, de forma a poderem adaptar-se aos processos correntes do mercado. Estamos numa época de transformação digital em que ocorre a chamada quarta revolução industrial e que foi foco de debate entre vários peritos durante a Matelec Industry.

No contexto do Fórum 4.0, a AMETIC organizou um debate sobre “O impacto da Indústria 4.0 em toda a cadeia de valor”, contando com a participação de Ángel C. Lázaro, Business Partner da GMV Secure e-Solutions. Durante a sessão, abordaram-se diferentes temas, desde os activos industriais na era da digitalização, ao acompanhamento em IoT, aos novos modelos de negócio dentro da indústria conectada, à melhoria da produtividade ou à poupança nos custos através da gestão em tempo real, passando pelo desafio que representa a demanda de perfis profissionais.

Hoje em dia é evidente que as cadeias de fabrico têm que se adaptar à nova realidade, o que implica um impacto em todos os activos e níveis que fazem parte destes processos. Nesta era digital, se vamos desde os sensores e actuadores até ao sistema de gestão da produção, vemos que em primeiro lugar devem os sensores enviar e captar as informações de processo a um PLC que possa modificar agilmente o seu método de controlo e, acima de tudo, de forma remota. Estes equipamentos devem facultar muito mais informações que possam ser analisadas para evitar paragens inesperadas ou possíveis problemas. Há alguns anos esta necessidade era impensável visto que a capacidade de processamento necessária era muito elevada para um autómato, mas actualmente é possível com tecnologias inovadoras ligadas à nuvem, tais como o Fog Computing.

Na linha das mudanças nos processos de produção, a alteração de um processo de controlo de um PLC deve ser muito mais ágil. Para isso existem soluções inovadoras como o Virtual PAC, desenvolvido pela GMV para permitir a virtualização de processos de controlo que se implementam num PLC de maneira a poderem alterar-se dinamicamente, a serem implementados e operados remotamente a partir de centros de controlo que poderão estar localizados noutros países.

A nível de máquinas e fases de produção, a Robótica Colaborativa ligada à Visão Artificial, é outro dos grandes avanços que permitem a modularização e adaptabilidade das fases de produção. Este tipo de robôs oferece grandes vantagens relativamente aos robôs industriais, visto que podem ser programados pelos próprios empregados da fábrica, pesam pouco e podem relocalizar-se facilmente pela fábrica para realizar outros processos. Estes cobots, operados com sistemas de Visão Artificial, oferecem a versatilidade necessária para poderem realizar tarefas de processamento altamente modulares e ágeis, que ajudem a melhorar a qualidade do produto, incrementar a produtividade, reduzir os custos de produção e cumprir os exigentes padrões de qualidade.

Cibersegurança, o factor mais crítico para a Indústria 4.0

Um dos protagonistas do debate foi, sem dúvida, a Cibersegurança, considerada como tecnologia necessária e não como opção, num processo de transformação digital. Para isso é necessário identificar, analisar e gerir os riscos cibernéticos nas instalações industriais e apostar numa “Security/Privacy by design”.

Há anos que a integração tecnológica IT/OT é uma realidade. Em geral, esta convergência ocorreu por motivos de eficiência operacional e de melhoria de custos, mas lamentavelmente a Cibersegurança só se considerou a posteriori, quando realmente devia ter andado de mãos dadas. Durante décadas, o mundo OT foi a locomotiva da indústria tecnológica pela fiabilidade, disponibilidade, segurança e robustez exigida a este tipo de equipamentos. O inconveniente reside no facto de o avanço tecnológico apresentar ao mundo OT problemas de Cibersegurança absolutamente desconhecidos anteriormente, devendo-se por isso aplicar à OT tudo o que se aprendeu na IT.

Durante este debate citaram-se exemplos de como a Cibersegurança IT contribui para a Cibersegurança Industrial. Do ponto de vista da gestão, faz muito tempo que na Cibersegurança se trabalha na gestão dos riscos cibernéticos, a qual se aplica totalmente ao contexto OT. No caso tecnológico, é evidente que a nuvem tem cada vez mais presença em cenários OT enquanto a Cibersegurança tem trabalhado há algum tempo com a nuvem, podendo também contribuir. Por fim, o apoio oficial está a ser fundamental para a elaboração de leis como a Lei PIC, com a sua estratégia de cibersegurança integral ou com as iniciativas de sensibilização e capacitação do INCIBE.


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