A GMV e a Fundació ACE - Barcelona Alzheimer Treatment & Research Center, apresentaram o projecto de investigação científico-clínico MOPEAD (Models of Patient Engagement for Alzheimer’s Disease) e os resultados dos dois primeiros anos de trabalho, no contexto da 28ª edição da Conferência de Alzheimer Europa que este ano se celebra em Barcelona.

A neurologista Mercè Boada, directora médica da Fundação ACE, dirige esta investigação que se desenvolve sob o conceito de “ciência cidadã” caracterizada pelo facto de o público em geral contribuir activamente para a ciência com o seu esforço intelectual ou por apoiar o conhecimento com as suas ferramentas e recursos. Nesse sentido, a participação torna-se imprescindível para avançar nas investigações de Alzheimer, visto que ‒ conforme assinala a Dra. Boada ‒ “quando o diagnóstico é de demência, significa que chegámos tarde. Temos que chegar ao diagnóstico da deterioração (que ocorre antes da demência), o que geralmente não podemos fazer porque a sociedade não está consciencializada para os sintomas de deterioração. Associamos a perda à idade e não lhe damos mais importância porque não dói. No entanto, o reconhecimento atempado dos sintomas e os testes de memória são cruciais para se poder diagnosticar mais cedo”.

Nos dois primeiros anos de andamento do Projecto fizeram-se revisões gratuitas de memória em diversas clínicas especializadas: no centro para a investigação de Alzheimer “Karolinska Institutet” de Estocolmo, no Hospital Universitário de Liubliana, no Hospital Geral de Colónia “Uniklinik Köln” e na Fundação ACE.

Tal como informou a Dra. Boada, “o número de pessoas que até à data participou na investigação é superior a 1300 e ‒ entre as que foram diagnosticadas com deterioração cognitiva ‒ mais de 140 chegaram à fase final do estudo na clínica de memória.” O objectivo da investigação consiste em trabalhar pelo menos com 2000 pessoas de idades compreendidas entre os 65 e os 85 anos, em cidadãos da Alemanha, Suécia, Eslovénia, Espanha e Países Baixos.

Neste período também se implementou a tecnologia necessária para oferecer informações online sobre a doença e realizar testes cognitivos, recolher dados clínicos e demográficos trazidos por especialistas e gerir os resultados dos testes, extraindo também provas sobre as informações obtidas por meio de ferramentas Big Data.

Conforme explicou Adrián Rodrigo, especialista em soluções smart health da GMV, “nos dois escassos meses em que o portal web de recrutamento (https://www.mopeadstudy.eu/) começou a funcionar, já foi visitado por mais de 13.000 pessoas. Em Setembro, aproximadamente 25% do tráfego do portal veio de campanhas no Facebook. Efectivamente, grande parte das pessoas que realizou os testes, fê-lo motivada pelos filhos”. Relativamente aos termos mais procurados no Google e que levaram os participantes ao portal web do MOPEAD, cabe destacar “perda de memória”, “sintomas da Alzheimer”, “deterioração cognitiva”, Alzheimer causas”, “primeiros sintomas da Alzheimer” ou “Alzheimer hereditário”, conforme assinalou o especialista da GMV.

Estes primeiros resultados deram-se a conhecer no simpósio especial MOPEAD, incluído no programa da Conferência de Alzheimer Europe que foi moderado pela Dra. Boada e que contou com a participação de representantes de diversos grupos de trabalho de MOPEAD como Octavio Rodríguez (Fundação ACE), Adreea Ciudin (Hospital Vall d’Hebron), Anders Wimo (Karolinska Instituet), Annette Dumas (ASDM Consulting) e Adrián Rodrigo (GMV).

O projecto MOPEAD, liderado pela Fundação ACE, conta com a participação de entidades de primeiro nível como Eli Lilly and Company Ltd, ASDM Consulting, AstraZeneca AB, Instituto Europeu de Saúde da Mulher, GMV Soluciones Globales Internet SAU, Instituto Karolinska, KITE Innovation (Europe) Ltd., Spomincica-Alzheimer Slovenia, Hospital Universitário de Colónia, Centro Médico Universitário de Liubliana, Hospital Universitário Fundazio Vall d'Hebron-Institut de Recerca, Stichting VUmc, Alzheimer Europe e GMV.