O programa Galileo utiliza quatro novos satélites

Galileo 23-26

Pelo menos quatro satélites serão visíveis de qualquer ponto da Terra a qualquer momento. Na realidade, serão 26 os que compõem a partir de agora a constelação Galileo, o sistema de satélites europeu de posicionamento e navegação precisa, que presta essencialmente três serviços a nível global: posicionamento e sincronização (OS), busca e resgate (SAR) e serviços para utilizadores autorizados (PRS).

No dia 25 de julho, às 11:25 GMT, no porto espacial de Kourou, procedeu-se ao lançamento de mais quatro satélites deste programa: GSAT0219, GSAT0220, GSAT0221 e GSAT0222, respetivamente rebaptizados como Tara, Samuel, Anna e Ellen. Estas novas integrações aumentam a constelação para um total de 26 satélites e encerram o segundo bloco de Galileo, dotando-o de plena capacidade.

O programa começou com a primeira fase, IOV (In-Orbit Validation), em que se avaliou e testou este sistema com base em dois satélites experimentais já retirados (GIOVE A e B) e nos quatro primeiros satélites que compõem a constelação. Nesta fase, a GMV desempenhou um papel importante em tarefas de engenharia e conceção do sistema completo.

Após os testes iniciais, seguiu-se a fase intermédia -- Full Operacional Capability - FOC -- para implementar o resto da tecnologia e infra-estrutura, tanto no segmento terrestre como no segmento espacial, convertendo-a numa constelação operativa. A GMV trabalha ativamente desenvolvendo subsistemas críticos de GCS (Ground Control Segment) e GMS (Ground Mission Segment), como OSPF (Orbit & Synchronization Processing Facility), MNE (MDDN Network equipment), SPF (Service Product Facility) e FDF (Flight Dynamics Facility).

A GMV foi a principal contratada, prestando serviços de geodesia e sincronização (TGVF) e liderando conjuntamente o Centro Europeu de Serviços GNSS da União Europeia (GSC). Além disso, a GMV está nos contratos-marco para o desenvolvimento do centro de referência (GRC) e para o fornecimento da infra-estrutura do canal de retorno (RLSP) do SAR que faculta o programa. Por outro lado, o Centro de Controlo do Centro Aerospacial Alemão (DLR), conta com 15 colaboradores da GMV dando suporte in situ às operações de Galileo em DLR.

Desde que países como os Estados Unidos (com o GPS) ou Rússia (com o GLONASS) puseram a funcionar os seus Sistemas de Navegação por Satélite, a Europa começou a dar os primeiros passos em direção ao seu próprio satélite (Galileo). 1999 foi o ano de partida oficial para o GPS europeu, mas teve anteriormente vários anos de desenvolvimentos. A Comissão Europeia é a encarregada por coordenar e gerir a implementação de todo o programa em que também estão envolvidas a ESA (para conceção e desenvolvimento da tecnologia) e a GSA (responsável pela gestão do serviço e da sua segurança).

O resultado final foi constituído por 9 satélites mais 1 de reserva por cada um dos três planos orbitais (MEO). Esta disposição, a uma altitude de 23.222 Km e com uma inclinação de 56º nos satélites, fazem deste sistema um conjunto tecnológico rápido, eficiente e de alta precisão.

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