Open Data e Saúde, desafios e oportunidades
A GMV organizou o debate "Open Data e Saúde" no âmbito do IODC16, que é o encontro internacional de maior importância sobre dados abertos, realizado este ano sob o título "Objectivos globais, impacto local". A mesa foi moderada por Carlos Royo, Director de Desenvolvimento de Negócio de Saúde da GMV.
Um importante grupo de peritos avaliou os desafios e oportunidades capazes de gerar os dados abertos para aproveitar a produção e ampliar a utilização de estatísticas oficiais para apoiar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os peritos também destacaram o papel das administrações públicas na abertura, o que ajuda a gerar inúmeras oportunidades para a criação de novos modelos de negócio e confere valor acrescentado ao cidadão, como o de ficar a saber em que se investem os dinheiros públicos; o destino dos donativos numa catástrofe natural ou a visualização dos preços de mercado dos medicamentos, entre outros. No caso concreto da saúde, a reutilização dos dados permite salvar 7.000 vidas por ano ao melhorar o índice de resposta.
As razões que explicam o facto de não ter aumentado a aplicação dos dados abertos no âmbito da saúde e noutros sectores, foram outros aspectos aprofundados. Entre as conclusões extraídas, registou-se a necessidade de envolver o paciente na saúde dando-lhe poder e facilitando-lhe todas as informações sobre a sua saúde, pois "está provado que os doentes respondem melhor aos tratamentos quando estão informados", sublinhou Rafael Bengoa, ex-Conselheiro de Saúde e Consumo do Governo Basco. Por sua vez, Johanna Pimiento, Directora de Governo online no Ministério de Tecnologias da Informação e das Comunicações da Colômbia, insistiu na necessidade de se ganhar a confiança dos cidadãos/pacientes e explicou as linhas estratégicas que incluía o programa "Vive Digital" para alcançar esse objectivo no país”.
Os dados tanto dão poder ao cidadão como aos governantes para tomar decisões, motivo pelo qual se enfatizou a necessidade de a saúde liderar a utilização das TIC no coração do negócio. O projecto Open Trials, que tem como objectivo produzir uma base de dados -- aberta, fácil de usar e conectada -- sobre informações extraídas de testes clínicos de todo o mundo, foi um dos exemplos que se apresentaram como ferramenta para dar poder aos pacientes.
IODC 2016
International Open Data Conference (IODC) é ponto de encontro imprescindível da comunidade mundial para debater e estudar o futuro do Open Data. Sob o lema "Objectivos globais, impacto local", a 4ª Conferência Internacional sobre Dados Abertos voltará a convocar a nossa crescente comunidade para mostrar os êxitos, para enfrentar os desafios comuns e ajudar a garantir que a nossa visão e as nossas diversas iniciativas continuam a coordenar-se com eficácia.
O encontro serviu para aprofundar nos registos de percurso internacional o que a rede "Open Data for Development" iniciou na edição anterior. Na inauguração, levada a cabo por Victor Calvo-Sotelo, Secretário de Estado das Telecomunicações e Sociedade da Informação, destacou-se que o sector dos dados abertos tem na economia espanhola um impacto directo de 1600 milhões de euros. Desse montante, 700 milhões e 5000 postos de trabalho estiveram relacionados directamente com as bases de dados públicas em 2015.
O evento, organizado pelo Ministério da Indústria, Energia e Turismo, juntamente com o Banco Mundial, com o Centro de Investigações para o Desenvolvimento Internacional do Governo do Canadá (IDRC) e com o Open Data for Develpment Network (OD4D) reuniu mais de 1500 convidados de uma centena de países.