Rosetta termina a sua missão

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Hoje, 30 de Setembro, a sonda europeia Rosetta completará a sua missão com uma descida controlada sobre a superfície do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko.

Prevê-se que a sonda desça sobre uma região de fossas activas na "cabeça" do cometa. Trata-se de uma região conhecida como Ma'at que se encontra no menor dos seus lóbulos e que alberga várias fossas activas com mais de 100 m de diâmetro e com 50 a 60 m de profundidade.

Na sua descida, Rosetta observará estas fascinantes estruturas a uma distância que nunca foi tão próxima. A sonda dirigir-se-á a um ponto adjacente a uma fossa bem definida, com 130 m de largura, que a equipa da missão designou informalmente como Deir el-Medina pelo facto de possuir uma estrutura de aparência semelhante ao antigo povoado egípcio do mesmo nome.

Tal como os objectos encontrados na jazida arqueológica mostram aos historiadores como era a vida no povoado, assim também a fossa do cometa apresenta indícios sobre o desenvolvimento geológico da região. Rosetta descerá num ponto muito próximo a Deir el-Medina, dentro de uma elipse com cerca de 700 por 500 m.

A sonda está desde 9 de Agosto a fazer órbitas elípticas cada vez mais próximas do cometa. Desde o passado dia 24 de Setembro, quando ocorreu o sobrevoo final, tem-se realizado uma série de manobras necessárias para alinhar Rosetta com o local de impacto sobre a superfície do cometa. Durante o último sobrevoo, Rosetta esteve apenas a 1 km da superfície, distância nunca antes alcançada.

Portanto hoje terminarão as operações da nave e, nesse momento, as equipas passarão a centrar-se exclusivamente em questões científicas.

GMV tem participado de forma destacada na missão Rosetta desde os seus primórdios. Tanto a chegada à órbita como a aterragem do módulo Philae sobre o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foram actividades controladas a partir da Terra por uma equipa de engenheiros e constitui uma importante participação da GMV, concretamente com pessoal deslocado tanto no seu Centro de Operações Científicas (Rosetta Science Operations Centre), que se encontra no interior do Centro Europeu de Astronomia Espacial da Agência Espacial Europeia (ESA/ESAC), situado em Villafranca do Castillo (Madrid), como no Centro de Operações da ESA (ESOC) em Darmstadt, na Alemanha, e no Centro de Controlo (CC) do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) em Toulouse, França.

A GMV foi também fundamental na fase de concepção da missão, a chamada "Mission Analysis" (Análise de Missão) já alguns anos antes do seu lançamento, participando também, entre outras actividades, no planeamento das operações científicas, no controlo do planeamento de três instrumentos e na preparação das operações para a fase principal da missão (a fase “cometária”).

O pessoal da GMV em França realizará a manutenção das ferramentas de cálculo que utilizaram no CC do CNES para calcular os critérios de iluminação e visibilidade necessários para decidir o ponto de aterragem sobre o cometa, assim como as possíveis trajectórias de descida do lander Philae (o módulo de aterragem).

O pessoal da GMV na Alemanha continua a participar, desde o seu lançamento em 2004, nas operações de "Flight Dynamics" (Dinâmica de Voo), concretamente no controlo da trajectória e na geração dos comandos necessários para controlar a órbita e atitude da sonda. Para as operações nas proximidades do cometa, a equipa de "Flight Dynamics" da GMV realizará tarefas adicionais: desenho das trajectórias de aproximação, órbita e descida; processamento das imagens recolhidas com as câmaras a bordo da Rosetta; e estimativa das características do cometa que têm influência na navegação. Toda uma série de actividades que o pessoal da GMV desenvolverá até o final das operações.

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