Gaia oferece o primeiro catálogo de estrelas da nossa Galáxia
Recentemente publicou-se o primeiro catálogo com mais de mil milhões de estrelas analisadas pelo satélite Gaia da ESA, constituindo a maior amostra de corpos celestes feita até à data.
Lançado pela Agência Espacial Europeia (ESA) em Dezembro de 2013, a missão Gaia começou o seu trabalho científico em Julho de 2014. Esta primeira publicação baseia-se nos dados recolhidos durante os primeiros 14 meses de estudo do firmamento, até Setembro de 2015.
Com uma participação de 11%, a indústria espanhola teve um papel destacado no projecto Gaia. A GMV contribuiu para a missão Gaia desde a sua origem, começando com o estudo GDAAS (Gaia Data Access and Analysis Study) onde se analisaram as diferentes técnicas do acesso aos dados da missão e o seu processo de análise. O pessoal da GMV também participou no desenvolvimento do SOC (Science Operations Centre) no ESAC, nas tarefas de verificação e validação, coordenando as actividades de teste do software, principalmente do AGIS (Astrometric Global Interactive Solution), da Main Database/First Look, Gaia Tools e parte do Gaia Transfer System.
Além disso, a GMV faz parte da equipa juntamente com a Universidade de Barcelona e com o Centro de Supercomputação da Catalunha, encarregado do desenvolvimento do IDT (Initial Data Treatment), como primeiro passo da cadeia de processamento científico de dados. Este sistema é uma peça-chave para que os dados finais obtidos nesta missão tenham a melhor qualidade possível. O satélite Gaia envia os dados à estação terrestre encarregada da sua recepção e depois de verificada a sua qualidade inicia-se o processamento em que interveio a GMV. Os dados são processados, arquivados e distribuídos aos institutos científicos para posterior análise e exploração.
A GMV foi também responsável pelo CCS (Central Check Out System) do satélite Gaia, que faz parte do EGSE (Electrical Ground Support Equipment). A GMV encarregou-se de adquirir, instalar, configurar e dar assistência ao CCS da missão, baseando-se na solução Open Center da Astrium.
Com o objectivo de elaborar o mapa tridimensional mais detalhado da Via Láctea, o satélite Gaia determinou no firmamento o brilho e a posição exacta de 1142 milhões de estrelas. Como prelúdio do catálogo mais completo que se publicará no futuro, o extracto publicado recentemente também apresenta as distâncias e os movimentos de mais de dois milhões de estrelas.
Espera-se que o catálogo de Gaia se converta no mapa estelar mais abrangente e mais preciso que alguma vez existiu. Com as informações obtidas, os peritos também acreditam que poderão entender muito melhor a estrutura, a dinâmica e a natureza das galáxias. Julgam inclusivamente que serão capazes de reconstruir a história evolutiva da nossa Via Láctea a partir destes dados.