A versatilidade da robótica autónoma no campo: apanhar azeitonas ou detetar a maturidade de um vinhedo
O setor agroalimentar está a viver um momento de inflexão com os novos avanços tecnológicos, como a Robótica e a Inteligência Artificial, para desenvolver drones que monitorizam cultivos, veículos autónomos que realizam tarefas de campo ou robótica colaborativa para semeadura, entre outras opções. O objetivo principal da tecnologia de automatização e robotização é abarcar as tarefas mais simples e repetitivas do setor para aumentar a eficiência na produção e evitar a escassez de mão de obra.
Para tratar estes temas, HispaRob organizou na Global Robot Expo uma mesa redonda sob o título “IA e Robótica para uma agricultura mais sustentável: da educação aos projetos transformadores”. Nela participou Ángel C. Lázaro, Responsável por Robótica e Automatização do Setor Indústria da GMV, proporcionando a sua visão como empresa, dando exemplos de projetos de robótica aplicados que também se desenvolvem em colaboração público-privada com universidades e centros de investigação.
Neste debate os participantes explicaram com exemplos reais como a automatização e robotização estão a oferecer um caminho para a criação de um setor agroalimentar sustentável e mais eficiente mediante avanços na educação STEM, tecnologias, sistemas de produção e software. Exemplo disso é uPathWay, uma solução de robótica autónoma móvel desenvolvida pela GMV e baseada na nuvem que aplica dados e algoritmos que capacitam o software para realizar uma grande versatilidade de tarefas outdoor, como a recolha de azeitonas num campo de oliveiras ou a deteção da maturidade de um vinhedo no campo.
A utilização da visão artificial e do machine learning é fundamental neste tipo de usos robóticos para se adaptar a diferentes contextos agrícolas nos quais a recolha é tradicionalmente trabalhosa e implica muito tempo. Por outro lado, para automatizar a recolha da colheita são necessários braços robóticos com pinças ou garras, que devem ser suficientemente móveis para alcançar a folhagem, mas cuidadosos para não danificar o produto.
Por exemplo, no projeto AgrarIA estão a ser empregues estas tecnologias para realizar provas através de uma plataforma em tarefas de transporte, logística, manipulação, manutenção e inspeção no âmbito da cadeia de valor do setor agroalimentar. Este projeto encontra-se financiado pelo Programa Missões de I+D em Inteligência Artificial da Secretaria de Estado da Digitalização e Inteligência Artificial (SEDIA) do Ministério de Assuntos Económicos e Transformação Digital (N.º de processo MIA.2021.M01.0004), correspondente aos fundos do Plano de Recuperação, Resiliência e Transformação.