Testes de voo para o projeto SONORA realizados com êxito
Nos dias 8 e 9 de novembro, representantes da GMV estiveram presentes no Centro Tático do Laboratório de Tráfego Aéreo para Sistemas Não Tripulados Avançados (Tactical Center of the Air Traffic Laboratory for Advanced Unmanned Systems, ATLAS), localizado em Beas de Segura, na província espanhola de Jaén. O objetivo da sua visita foi realizar uma série de testes de voo com drones, como parte do projeto SONORA.
O principal objetivo do projeto SONORA (Apoio às Ações de Estandardização para EGNOS e Galileo no U-Space, Support to Standardisation Actions for EGNOS and Galileo in the U-Space) é apoiar o desenvolvimento de U‑Space e da indústria UAS. Neste sentido, pretende contribuir para a incorporação de serviços do Sistema Europeu Global de Navegação por Satélite (EGNSS, nas suas siglas em inglês) nos seus padrões e regulações, impulsionando também a implementação de soluções baseadas em EGNSS no U‑Space.
A GMV participa como parte de um consórcio liderado por VVA Bruxelas e também composto por CATEC, MCI e RP Legal & Tax. O consórcio será responsável pela execução deste projeto de 30 meses que é subsidiado pelo programa de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (RDI) da União Europeia.
Foram previstas duas campanhas de testes de voo para alcançar os objetivos do projeto SONORA. A primeira, em ATLAS, tinha como objetivo recolher e analisar dados GNSS de diferentes equipamentos e tecnologias, como forma de apoiar o desenvolvimento e verificação de padrões, assim como de avaliar novos serviços EGNSS como GAL HAS e OS-NMA num ambiente não degradado. Com este fim, foram planeadas e executadas diversas missões UAS em situações reais, como a observação de autoestradas, perseguição de veículos e deteção de intrusões.
A segunda vai ter lugar na cidade costeira de Benidorm e está agendada para o outono de 2023. Vai incluir o desempenho de um estudo similar, mas desta vez num contexto urbano mais complexo e que inclui a utilização de recetores GNSS hibridizados com outras tecnologias, como IMU. O principal objetivo desta experiência será reunir dados relevantes de serviços EGNSS para o suporte do desenvolvimento de aplicações de Mobilidade Aérea Inovadora, tal como Mobilidade Aérea Urbana.
A análise em curso dos resultados já levou a algumas conclusões interessantes. Durante o primeiro dia de testes, ocorreu uma tempestade solar que levou à obtenção de um desempenho degradado do GPS de frequência única. No entanto, quando em combinação com EGNOS, mesmo em frequência única, o erro ionosférico foi corrigido e os erros de posição foram consideravelmente reduzidos, resultando no melhor desempenho observado entre todas as configurações testadas.
Relativamente à comparação entre Galileo e GPS e as soluções de frequência única ou dupla (SF e DF, respetivamente), observou-se que, em condições de geometria similar em termos de distribuição e disponibilidade de satélite, a precisão proporcionada por Galileo é superior à do GPS. A precisão de Galileo também melhora de forma significativa com DF relativamente a SF, chegando a erros quase tão baixos como os obtidos com SBAS (EGNOS).
No que se refere aos novos serviços, vale a pena referir que estes voos UAV foram os primeiros da indústria UAS a testar os sistemas OS-NMA e HAS. Provou-se que OS-NMA são capazes de distinguir entre fontes fiáveis e não fiáveis e, ao passo que HAS ainda está em avaliação, é expectável uma precisão da ordem de meia dúzia de centímetros, excedendo o desempenho EGNOS.