ATIN-BLUECO: a luta contra os «mares de plástico»

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Há alguns meses, um dos últimos relatórios da OCDE advertia que a quantidade de resíduos plásticos que se produzem a nível mundial poderia triplicar por volta do ano 2060. O documento, intitulado «Global Plastics Outlook: Policy Scenarios to 2060», alerta que a poluição plástica será um dos problemas ambientais mais preocupantes nas próximas décadas. Outros estudos, como os realizados pela Pew Charitable Trusts, estimam que chegam todos os anos aos oceanos quase 13 milhões de toneladas métricas de plástico. O problema requer soluções urgentes, entre as quais se incluem os projetos de observação da terra (EO) para a deteção de resíduos e o desenvolvimento da chamada «economia azul» ou «blue economy», que se baseia num aproveitamento eficiente dos recursos naturais.

A GMV trabalha desde há algum tempo no desenvolvimento de um conjunto de serviços marinhos baseados em dados de observação da Terra, para a deteção de vários tipos de objetos e que são incluídos numa plataforma comum chamada SIMONS. Para a deteção de plásticos marinhos, a GMV está a utilizar dados de Sentinel 2 do programa europeu de observação da Terra Copernicus, bem como técnicas de machine learning, classificando e quantificando a fração de resíduos a nível de píxel da imagem.

Esta tecnologia aplica-se a projetos como ATIN-BLUECO, liderado pela GMV e financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA) no âmbito do seu programa de Iniciativas Regionais, e cujo objetivo é desenvolver e demonstrar soluções de dados impulsionadas por tecnologias de observação da Terra que proporcionem soluções para abordar as necessidades reais das partes marinhas interessadas relevantes.

Como parte deste projeto, a GMV e os seus sócios (o National Oceanography Centre, University College Cork e SpaceSur), estão a consolidar a sua experiência em EO e TI para conceber e criar serviços que permitam a difusão de informação para atender as necessidades dos utilizadores e partes interessadas. Tal como explica Filipe Brandão, gestor do projeto, entre os serviços proporcionados no âmbito deste projeto encontram-se a deteção e vigilância da poluição marinha, a avaliação da erosão costeira e a vigilância do estado do mar.

A seguinte ligação remete para um trabalho realizado no âmbito do projeto, no qual o INIDEP (Instituto Nacional Argentino de Investigação e Desenvolvimento Pesqueiro) e a GMV planearam em conjunto uma experiência para validar a metodologia utilizada para a deteção de plásticos marinhos ao longo da costa Argentina: https://www.youtube.com/watch?v=DDiY98kRSZc 

ATIN-BLUECO não é o único projeto no qual a GMV coloca a sua tecnologia ao serviço da conservação dos mares. Em colaboração com a Universidade de Vigo e o Instituto de Ciências Matemáticas, a empresa desenvolveu também o projeto BEWATS, cujo objetivo foi a deteção, seguimento e rastreabilidade dos resíduos visíveis que chegam às praias e a outras áreas costeiras da Galiza, com o fim de estabelecer estratégias de limpeza eficientes. O BEWATS foi financiado pelo Programa Maré-alta da Fundação para a Biodiversidade do Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico de Espanha.

Em 2021, a GMV começou também a trabalhar como principal fornecedora no Plastic-Less Society (PLESS), projeto financiado pela ESA e desenvolvido em colaboração com o Research Centre of IST for Marine, Environment and Technology (Instituto Superior Técnico, Lisboa). Este projeto levou a cabo um estudo para investigar a viabilidade técnica e económica de empregar as aplicações espaciais no apoio à redução do impacto ambiental do lixo plástico.

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