O uso de tecnologias, aplicações e serviços associados aos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS) é cada vez mais predominante e consolida o sistema GNSS como um elemento essencial em setores críticos dos âmbitos público e privado. Esta dependência crítica de sistemas GNSS tem como consequência um aumento dos riscos e ameaças que, se não forem adequadamente tratados, podem provocar danos devastadores. Segundo a Comissão Europeia, na atualidade, 7% da economia europeia depende da navegação por satélite.

Relativamente a este novo cenário destacam-se vários aspetos: em primeiro lugar, as ameaças são numerosas e todas elas devem ser consideradas, sabendo que os adversários irão analisar todas as debilidades e atacar o ponto mais fraco. Em segundo lugar, as ciberameaças não afetam apenas a segurança de um sistema GNSS, mas um amplo espetro que inclui ameaças naturais, técnicas, lógicas, humanas e físicas.

Um sistema GNSS é um ecossistema complexo que abrange não apenas os três segmentos específicos (espaço, terra e utilizador), mas também o âmbito industrial, os serviços e as aplicações associadas, sendo necessário analisar e considerar as ameaças inerentes a cada âmbito. É necessário considerar também as ameaças indiretas, uma vez que as ameaças a um segmento ou âmbito podem afetar outro segmento ou âmbito, e assim por diante, devido à interligação entre estes. No âmbito da indústria espacial, para além das habituais ameaças a sistemas GNSS, é necessário prestar especial atenção às ciberameaças à propriedade intelectual e à cadeia de abastecimento. A guerra Rússia-Ucrânia reconfigurou o panorama atual de ameaças, aumentando o nível de risco dos sistemas GNSS. A cooperação entre todos os componentes do ecossistema GNSS é de vital importância para manter as redes, sistemas e serviços seguros.

A GMV está plenamente consciente da gravidade e complexidade da situação atual e, por isso, mantém uma contínua atividade de análise das ameaças a sistemas GNSS. Isto traduz-se, nomeadamente, em relatórios estratégicos de inteligência da ameaça que são distribuídos aos setores das Administrações Públicas envolvidas, que coadjuvam no desenvolvimento de sistemas mais seguros e proporcionam maior confiança nos sistemas e serviços desenvolvidos e proporcionados pela GMV.