Início Para trás New search Date Min Max Aeronáutica Setor Automóvel Corporativo Cibersegurança Defesa e Segurança Financeiro Saúde Indústria Sistemas inteligentes de transporte Serviços públicos digitais Serviços Espaço Blog Espaço A Terra que recebemos e a Terra que deixamos 24/04/2023 Imprimir Partilhar O Dia Internacional da Mãe Terra soa como o momento ideal para parar por um instante e refletir sobre como as nossas ações afetam o meio ambiente e que medidas podem ser tomadas para melhorar a Terra que recebemos e a Terra que vamos deixar. A ideia das Nações Unidas quando propôs este dia, em 2009, era consciencializar sobre a importância de cuidar do nosso planeta e de promover a sustentabilidade ambiental. E é aqui, nesta discussão sobre como os grãos de areia formam uma praia, que queremos centrar-nos no pequeno mas importante contributo da tecnologia de satélite para estudar os desafios ambientais que enfrentamos e para encontrar soluções efetivas. Comecei a trabalhar na GMV no ano 2000 e, desde então, a disponibilidade de dados geoespaciais, derivados ou não de satélites, aumentou exponencialmente, tanto em quantidade como em qualidade. Mas não só, a nossa capacidade atual para processar, entender e inferir tal magnitude de dados também se multiplicou ao mesmo nível. Graças a estas capacidades, os cientistas puderam estudar o clima e o ambiente com uma precisão sem precedentes. Estes estudos estão a ser utilizados para entender melhor as alterações climáticas e devem permitir aos governos e organizações internacionais tomar decisões quanto à mitigação e adaptação. Já não se trata de o discutir, trata-se de mitigar o impacto. Para referir alguns exemplos de aplicações: Medição dos gases de efeito estufa. Os satélites podem medir concentrações de dióxido de carbono, metano e outros gases de efeito estufa na atmosfera. Monitorizar a qualidade do ar, o qual está diretamente relacionado com a saúde humana e o ambiente. Os satélites podem medir a quantidade de diferentes tipos de partículas que estão no ar e a concentração de poluentes como o dióxido de azoto e o ozono. Seguimento da desflorestação e degradação das massas florestais. Isto é essencial, uma vez que a eliminação dos bosques é uma das principais causas das emissões de gases de efeito estufa. Estes pontos anteriores estão diretamente relacionados com os créditos de carbono. Estes créditos são uma ferramenta financeira que se utiliza para reduzir as emissões de gases de efeito estufa a nível global. Para que o sistema de créditos de carbono funcione de maneira eficaz, é necessário medir e monitorizar as emissões de gases de efeito estufa, mas também poder estimar a quantidade de bosques e outros sumidouros naturais de carbono. Além disso, os dados de satélite também são úteis para monitorizar o cumprimento dos acordos internacionais como o Acordo de Paris. Os países que se comprometem a reduzir as suas emissões devem informar regularmente sobre os seus avanços na redução de emissões. Os dados de satélite podem ser utilizados para verificar a precisão dos relatórios e para detetar qualquer possível incumprimento. Monitorização da temperatura dos oceanos e da atmosfera. Aqui, o fundamental é compreender os padrões de circulação da água e como o aquecimento global está a afetar os ecossistemas. Deteção de plásticos nos oceanos. Um pedaço de plástico individual não é visível desde um satélite. No entanto, é muito habitual que a circulação marinha os leve a grandes agregações, misturados com outros materiais. Estas agregações poderiam ser detetadas de forma remota. Outro elemento muito importante dos dados de satélite é que nos permitem dispor de longas séries temporárias de observações. Estes dados compilados em intervalos de tempo regulares permitem aos cientistas compreender como o clima mudou e, o que é ainda mais importante, como é provável mudar no futuro. Por exemplo, ao analisar as séries temporárias das temperaturas globais, os cientistas mostraram que a temperatura média do planeta aumentou significativamente nas últimas décadas devido ao aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera. Estes dados também podem ajudar a identificar padrões de clima extremo, como secas, inundações e tempestades, que estão a aumentar de frequência e intensidade devido às alterações climáticas. As séries temporárias de dados também permitem avaliar a eficácia das políticas de mitigação das alterações climáticas e planificar estratégias de adaptação em função das alterações climáticas esperadas. Aqui, podemos analisar efeitos macro como a subida do nível do mar, o impacto na produção agrícola e as grandes deslocações humanas. Finalmente, não falamos apenas de mitigar os efeitos das alterações climáticas, também temos de viver com eles. Inundações, furacões, crises humanitárias como conflitos armados e deslocações de população que, nalguns casos, estão relacionados com as alterações climáticas, precisam de uma resposta rápida. A pequena contribuição da observação da Terra consiste em proporcionar imagens para avaliar o impacto dos desastres e das crises humanitárias. As imagens podem mostrar os danos causados pelos desastres naturais, o que permite às equipas de resposta planificar melhor a distribuição de recursos e a ajuda. As imagens também podem ser utilizadas para identificar zonas afetadas por conflitos e para monitorizar a deslocação de população. A GMV está comprometida com o desenvolvimento de serviços que proporcionem e ajudem o conhecimento e mitigação das alterações climáticas. Assim, podemos mencionar: Coordenação do projeto ATIN-Blueco, centrado em blue economy: clusters de inovação, gestão dos recursos naturais atlânticos e ordenação do espaço marítimo, que pretende complementar a Iniciativa Regional Atlântica. Direção do projeto World Soils que tem por objetivo desenvolver um sistema mundial de observação da Terra e vigilância dos solos (EO-SMS). Coordenação do projeto World Emission com o objetivo de melhorar o serviço de inventário global de emissões extraído de dados de satélites de observação da Terra. Participação no programa GDA (Global Development Assistance) da ESA, onde lideramos os projetos de Clima e Agricultura e participamos nos de Energia Limpa e Água. Liderança do projeto de investigação da Comissão Europeia MRV4SOC, orientado para o desenvolvimento de standards de monitorização de captação de carbono no solo. O Dia Internacional da Mãe Terra lembra-nos que temos de cuidar do nosso lar partilhado e que devemos recordar que a mudança começa em nós próprios. Devemos trabalhar juntos e as pequenas ações farão a diferença para as gerações futuras. Autor: Antonio Tabasco Cabezas Imprimir Partilhar Comentários O seu nome Assunto Comente Sobre os formatos de texto HTML Restrito Etiquetas de HTML permitidas: <a href hreflang target> <em> <strong> <cite> <blockquote cite> <code> <ul type> <ol start type> <li> <dl> <dt> <dd> <h2 id> <h3 id> <h4 id> <h5 id> <h6 id> As linhas e os parágrafos quebram automaticamente. Endereços de páginas Web e de e-mail transformam-se automaticamente em ligações. CAPTCHA Esta questão é para testar se você é um visitante humano ou não a fim de prevenir submissões automáticas de spam.