Início Comunicação Notícias Para trás New search Date Min Max Aeronáutica Setor Automóvel Corporativo Cibersegurança Defesa e Segurança Financeiro Saúde Indústria Sistemas inteligentes de transporte Serviços públicos digitais Serviços Espaço Serviços «Inovação Aberta em tempos de crise» 21/04/2020 Imprimir Partilhar Luis Fernando Álvarez Gascón, Presidente do Fórum de Empresas Inovadoras, Vice-Presidente da AMETIC e Director-Geral de Secure e-Solutions da GMV, moderou o debate online sobre «Inovação em tempos de crise», organizado pelo FEI. Começou a sua intervenção transmitindo as suas condolências a todas as pessoas que perderam um ente querido e comunicando uma mensagem de alento: «vivemos momentos difíceis no sector da saúde e da economia, de uma forma que não podíamos ter imaginado há alguns meses. No entanto, seguiremos para a frente embora tenhamos que enfrentar grandes desafios». Para isso, a partir do Fórum de Empresas Inovadoras (FEI) «reivindicamos a inovação como parte da solução» para que esta ocupe «a posição merecida na sociedade espanhola e no debate e políticas públicas», visto que «temos uma missão: vencer o vírus mas recuperar imediatamente e reinventar um país em base mais sustentável». Em seguida, Álvarez-Gascón deu a palavra a Francisco Marín, Presidente fundador do Fórum de Empresas Inovadoras, sócio de Poile Ingenieros e durante anos DG do CDTI, que transmitiu uma mensagem institucional em nome da entidade, expressando a solidariedade do FEI com todas as famílias das vítimas.Destacou também o papel das grandes inovações em matéria de Tecnologias da Informação e Comunicações que, em tempos como estes, tem possibilitado continuar a actividade laboral através do teletrabalho e reuniões virtuais como a que promoveu o FEI. Concordou com o Presidente do Fórum no ponto em que os três exemplos de voluntariado para dar soluções sanitárias à crise actual, divulgados no evento online, mostram a linha de trabalho do FEI ao oferecer propostas consensuais e desenvolvidas na forma de «inovação aberta» com empresas, universidades e administrações. Francisco Marín e Luis Fernando Álvarez-Gascón manifestaram-se orgulhosos porque os sócios do Fórum de Empresas Inovadoras está a participar e a impulsionar projectos solidários no actual contexto de crise sanitária provocada pelo coronavírus. Projectos inovadores que exemplificam a filosofia e o espírito do FEI e que, nas palavras de Marín «apostam em recuperar o protagonismo da sociedade civil, a cidadania organizada para dar solução aos problemas que nos afectam, em colaboração com os nossos legítimos representantes». Antes de apresentar os três projectos expoentes da «atribuição de poder» à sociedade civil para dar resposta aos seus problemas e da colaboração público-privada, Luis Fernando Álvarez-Gascón recordou que o Fórum de Empresas Inovadoras é formado por um grupo de profissionais de contextos variados e com pontos de vista distintos, cujo propósito consiste em contribuir para que a inovação ocupe a posição que merece na sociedade espanhola. Trata-se de membros que partilham a convicção de que «a inovação é a solução para muitos dos desafios que enfrenta a nossa sociedade, como os relativos à sustentabilidade ou à competitividade necessária das nossas empresas, para além da mera redução de custos salariais». Porque a maneira de inovar mudou, «o novo paradigma é a inovação aberta, não inovamos sozinhos mas construímos sobre o conhecimento de terceiros e chegamos mais longe juntando aptidões». A título de exemplo de tudo isso, Alvaréz-Gascón deu a palavra a «três heróis que vão falar da sua experiência e que são prova de que desta crise também saem coisas boas». PROJECTO CORONAVÍRUS UCM Celia Sánchez-Ramos, membro do FEI e Directora do Grupo de Investigação de Neuro-Robótica e Neuro-Computação da Universidade Complutense de Madrid, apresentou o PROJECTO CORONAVÍRUS UCM cujo propósito inicial foi o de juntar em aptidões de realização o número de testes diagnósticos do COVID19. Para isso conseguiram-se homologar as equipas de PCR das Faculdades da Universidade em apenas dez dias e obter a certificação do Instituto Carlos III depois de múltiplos testes. Além disso, fez-se uma convocação a voluntários, técnicos de laboratório e médicos que souberam utilizar as equipas de PCR, medidoras da carga viral quantitativa dos doentes. Através do formulário Google inscreveram-se mais de 9000 voluntários. Hoje trabalha uma equipa de 50 pessoas na realização de 500 testes diários de diagnóstico (PCRs). Com as capacidades disponíveis para testes de diagnóstico identificou-se o âmbito de actuação, determinando que as residências de idosos seriam o objectivo deste projecto. Identificaram-se áreas para melhorar a prevenção, tais como a necessidade de abastecimento de equipas EPIs para trabalhadores e residentes, assim como de produtos de desinfecção e higiene adequados a esta situação concreta. Actualmente, graças a doações de fundações e cidadãos, conseguiu-se comprar directamente aos fornecedores o material de diagnóstico e de protecção individual, fazendo chegar a mais de 50 lares os produtos necessários para a desinfecção diária. Hoje fazem-se 5000 testes e atendem-se 10.000 idosos por semana, recorda a médica. O objectivo consiste em «fazer dez mil testes diários para conter em Espanha a propagação do vírus. É necessário continuar a somar, sendo bem-vinda qualquer contribuição individual ou colectiva». Pode contribuir para o Projecto Coronavírus UCM escrevendo para: [email protected] Video do projecto MULTIPLICAR x10 AS CAPACIDADES A síndroma da dificuldade respiratória aguda ou SDRA, que produz o coronavírus, requer um tratamento com aplicação de oxigénio suplementar e ventilação mecânica para levar oxigénio adicional ao sangue. Isso consegue-se graças aos respiradores que foi necessário multiplicar por meio de um projecto de inovação aberta e de colaboração público-privada, destinado a salvar vidas. O "milagre" foi protagonizado, em duas semanas, pelo Ministério da Indústria e pela AMETIC que deu mandato a Ezequiel Navarro, Conselheiro-Delegado da Remo e membro do FEI, para se juntar à imprescindível participação das empresas familiares Hersill e Escribano e ao apoio da Secretaria-Geral da Indústria. Conforme explicou o próprio Navarro, tudo começou com uma proposta num fórum do LinkedIn -- «Fazer algo rápido e seguro: multiplicar a capacidade de produção de respiradores homologados. Converter em auto-estrada um trilho já explorado e seguro». Montou-se «uma equipa internacional numa convocação que registou mais de meio milhão de interacções» e para começar «era necessário identificar os possíveis sócios, causas de retardamento e obstáculos a superar». Dois centros tecnológicos e mais de 15 empresas estiveram nos cenários, dando suporte a um desafio que requeria solução para a escassez de respiradores e estava a levar os profissionais de saúde a tomar decisões muito comprometidas. E com todos os vimes prontos conseguiu-se tecer o tapete mágico para voar e multiplicar por 10 a capacidade de produção de respiradores homologados em Espanha, num raio de 30 km em torno de Madrid. A colaboração entre as PMEs familiares e os agentes mencionados conseguiu que na Espanha se produzissem semanalmente 700 respiradores em vez de 70. Foi um exemplo de sucesso da colaboração pública e privada. Vídeo do projectoHACKATHON «MADRID VENCE O VÍRUS» Encontrar soluções em três frentes: na saúde, na solidariedade e na economia. Com este objectivo nasceu o Hackathon «Madrid bence o virus», uma iniciativa organizada com êxito em três semanas pela Comunidade de Madrid e que, em circunstâncias normais, teria levado pelo menos um ano. Os números: 8000 inscritos de 49 países; 700 propostas de acção; 50 avaliadores e 244 projectos viáveis apresentados por científicos, universitários, profissionais inovadores e membros da sociedade civil com ideias para enfrentar os desafios que apresenta a pandemia do Covid-19. Conforme explicou Alejandro Arraz, membro do Fórum de Empresas Inovadoras e Assessor Técnico do Conselho da Ciência, Universidades e Inovação da Comunidade de Madrid, para concretizar o Hackathon «trabalhou-se em rede tirando proveito do ecossistema inovador que é Madrid e realizando-se por parte da sociedade civil um grande exercício de generosidade em que a Comunidade de Madrid disponibilizou os meios para tornar isso possível». O Hackathon virtual celebrou-se em colaboração com entidades do sistema madrileno de universidades, investigação e inovação. O resultado: «Uma centena de projectos para trabalhar e 20 para arrancar» a fim de continuar a dinamizar a economia da Comunidade de Madrid em modo «Agile» e salvando vidas. Conforme concluiu Alejandro Arranz «nesta crise todos temos aprendido o valor da inovação e esperamos que depois desta lição o ensinamento não passe de moda e persista após esta situação». Francisco Marín anunciou que, no fim deste mês, a entidade concluirá um documento de recomendações para sair desta crise, com ideias-chave como a aposta pela democracia e pelo estilo de vida europeu; A aposta em capacidades industriais e inovadoras próprias de um contexto macro-económico viável e que além disso tenha como premissa a sustentação do Estado de Bem-Estar e a melhoria das condições de vida dos cidadãos. Luis Fernando Álvarez destacou como positivo o facto de esta crise ter valorizado o papel da ciência, da tecnologia e de uma indústria nacional capaz de auto-abastecer o país em situações como a pandemia actual. De tudo isto, portanto, «é necessário tirar conclusões e olhar para o futuro como já estamos a fazer no FEI». 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